Mais uma morte de famoso por suicídio choca Portugal
Músico da banda Santamaria, Tony Lemos sucumbiu à depressão aos 48 anos
Apesar dos remédios e dos processos terapêuticos, a dor emocional ainda faz muitas vítimas. O quadro depressivo severo provoca a morte de famosos e anônimos, ricos e pobres, homens e mulheres das mais variadas raças e faixas etárias. Quem acaba de entrar para as estatísticas de suicídio decorrente de transtorno mental é o músico e produtor português Tony Lemos, fundador do grupo de eurodance Santamaria, sucesso internacional na década de 2000.
Encontrado morto em sua casa, ele lutava havia anos contra a depressão. O estado emocional piorou com as mudanças drásticas impostas pela pandemia de covid-19. Tony deixa dois filhos e se tornaria pai pela terceira vez em breve. A notícia de sua morte trágica gerou comovente repercussão entre artistas e fãs. A imprensa lusa destacou a influência do artista na adolescência e juventude da geração que apreciava o estilo dançante de sua banda.
Vários programas de TV associaram o ato extremo cometido por Tony Lemos com o fim semelhante de Pedro Lima, galã de novelas abatido pela depressão em junho, aos 49 anos. Ambos eram talentosos, bonitos, bem-sucedidos profissionalmente, tinham uma família estruturada e aparentavam alegria de viver. Mas, na intimidade, sofriam calados com os sintomas dilacerantes do distúrbio mental que afeta cerca de 350 milhões de pessoas no planeta.
Alguns casos no Brasil também produziram choque e compaixão. Artistas queridos e respeitados como Flávio Migliaccio, Ariclê Perez e Walmor Chagas são sempre lembrados pela batalha colossal contra a tristeza profunda e a desilusão consequentes da condição depressiva. Fazem imensurável falta e, ao mesmo tempo, servem de referência para que se fale mais — em casa, na escola, na mídia, em todo lugar possível — a respeito das doenças de origem emocional e dos tratamentos possíveis.