Marcelo Zanini combate as fake news no Aparecida Debate

Com passagens por SBT, TV Brasil, afiliada da Globo e outros canais, Marcelo Zanini sempre prezou pela qualidade da informação.

Essa característica tornou-se, mais do que nunca, imprescindível aos jornalistas que se colocam diante das câmeras, já que as plataformas digitais são usadas como trampolim para a disseminação de mentiras.

Cabe aos profissionais éticos defenderem a veracidade do que é noticiado a milhões de brasileiros. Com esse objetivo, a TV Aparecida estreou em outubro o Aparecida Debate, exibido toda quarta-feira às 21h45.

Vivemos um tempo de pouco espaço para a discussão de ideias nas emissoras de sinal aberto. Toda atração dedicada a esmiuçar temas fundamentais para a conscientização da população é bem-vinda.

Zanini, que também apresenta telejornal na TV Aparecida, conversou com o Terra a respeito da importância da diversidade de pensamento e de praticar o jornalismo isento.

Em uma época com tantas fakes news e discussões rasas na internet, qual a relevância de um programa como o Aparecida Debate?

O ano de 2018 teve Copa, Eleições e tantos outros acontecimentos importantes para o Brasil e para o mundo, por isso a ideia de levar informação de qualidade aos telespectadores. Ter um programa em horário nobre numa TV aberta é uma conquista muito grande para mim. É mais uma realização do departamento de jornalismo da Rede Aparecida e vem sendo desenvolvido com empenho por todos os profissionais envolvidos.

Na sua opinião, o telejornalismo precisa se aprofundar mais nos temas que aborda?

Claro! Sempre que possível. Hoje, boa parte dos brasileiros se informa pelas redes sociais e aplicativos de conversas e isso é muito arriscado, principalmente em tempos de fake news. Nem sempre aquilo que a gente recebe de informação, a gente pode confiar. No caso do Aparecida Debate, a nossa produção traz especialistas nos assuntos. Muitas vezes esses convidados têm opiniões diversas e a proposta do programa é exatamente essa: fazer com que o telespectador fique bem-informado e tire suas próprias conclusões a partir do que está assistindo. Nosso objetivo é mostrar diferentes pontos de vista para enriquecer a discussão.

A overdose de informações disponíveis em blogs e nas redes sociais afeta o jornalismo tradicional?

Com certeza! As fake news estão aí e hoje nem todo mundo está interessado em se aprofundar nos temas, mas todo mundo quer ter sua opinião e demonstrar que é essa a opinião que vale. Qualquer título que chama a atenção é repassado adiante. Esse é o propósito das fake news. E isso é arriscado. Mas a gente percebe que ao oferecer um produto de qualidade e com conteúdo, as pessoas procuram, assistem e comentam.

Quais os temas já debatidos que mais o envolveram?

Cada programa me envolve de uma forma. Claro que tem assuntos que me interessam mais do que outros e que eu tenho mais afinidade. A gente fala de educação, política, economia e comportamento e, por mais que eu apresente um telejornal diário, o TJ Aparecida, tem assuntos que não estou tão envolvido. No caso do Aparecida Debate, eu participo de tudo. Preciso pesquisar e estudar a partir das pautas dos nossos produtores. Essa é umas das partes mais interessantes ao se conduzir um programa desse tipo.

O que quer debater em breve?

O programa estreou há pouco tempo e ainda temos muito o que apresentar no Aparecida Debate. Eu gosto de falar sobre educação e comportamento. Fake news é um tema atual. Tráfico de pessoas é outro assunto pertinente. O aborto, questão que divide opiniões, também vamos tratar mais adiante. Outra questão que me atrai particularmente é o empreendedorismo.

O fato de a TV Aparecida ser uma emissora católica exige um viés dogmático a respeito de temas polêmicos, ou os debates são feitos sem essa preocupação?

O departamento de jornalismo é dirigido, conduzido e feito por jornalistas, independentemente da religião de cada um. Claro que a gente segue a linha editorial da emissora, mas isso acontece em qualquer empresa de comunicação.

O que há de especial em trabalhar na TV Aparecida em comparação às outras emissoras pelas quais passou?

Olha, eu já passei por diversas emissoras pequenas, médias e grandes. Na maioria das vezes, na reportagem, mas também fiz produção, edição e apresentação. Desde o início, a TV Aparecida me acolheu muito bem. A direção tem apostado em mim e na minha experiência profissional. Quando cheguei na emissora, me deparei com uma estrutura muito boa e excelentes profissionais. São pessoas que se preocupam em levar produtos de qualidade ao público. A TV Aparecida tem conquistado cada vez mais espaço e repercussão na mídia. É gratificante fazer parte dessa equipe.

Quais suas referências de jornalistas e debatedores da televisão brasileira?

Sou muito fã da Renata Lo Prete. Acho que ela conduz o Painel, da GloboNews, de uma forma segura e com muita informação, sem deixar a simpatia de lado. É preciso deixar os convidados à vontade até na hora de um embate mais forte. Tento apresentar o Aparecida Debate dessa forma também. Sou muito fã do Alberto Dines (1932-2018) e da forma como ele apresentava. Era um jornalista excepcional com quem tive a oportunidade de ser colega na TV Brasil e até entrevistá-lo algumas vezes. Era um mestre!