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Memorável cena dramática ressalta o talento de Paolla Oliveira

Poucas palavras foram suficientes para a atriz atingir desempenho arrebatador em ‘A Força do Querer’

26 set 2017 - 12h04
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Atores são muito exigidos em cenas com ‘bife’, como é chamado o texto longo no roteiro. Não basta decorar palavra por palavra, é imprescindível transmitir cada emoção exigida pelo autor.

Mas às vezes surge uma sequência com restrição de diálogo e abundância de sentimentos. Foi o que se viu no capítulo de segunda-feira (25) de ‘A Força do Querer’.

Major Jeiza (Paolla Oliveira) simboliza a justiça e a busca da paz em um País que vive sob o signo da violência.
Major Jeiza (Paolla Oliveira) simboliza a justiça e a busca da paz em um País que vive sob o signo da violência.
Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Avisada de que bandidos haviam roubado uma van escolar com duas crianças a bordo, Major Jeiza se deslocou até a entrada do morro.

Por um rádio comunicador avisou ao líder do tráfico, Sabiá (Jonathan Azevedo), que iria entrar na favela para resgatar os dois inocentes.

Em conversa tensa, o bandido consentiu e deu sua ‘palavra de homem’ que nada aconteceria à policial. Mas quem pode confiar em um criminoso ostentando fuzil e pistolas?

Jeiza desarmou-se e começou a caminhar pelas vielas da comunidade. Clima de tensão e expectativa.

A partir daí, o que se viu foi uma atuação sublime de uma atriz de 35 anos. Paolla Oliveira, cujo talento já está mais do que provado, mostrou que a arte de interpretar dispensa monólogos extensos.

No rosto da atriz e, portanto, no de sua personagem, um misto de sentimentos: medo, coragem, fragilidade, força.

O telespectador acompanhou, passo a passo, o avanço da Major até o veículo, sob o olhar de soldados do crime com fuzil em mãos.

Quando finalmente resgatou as crianças, Jeiza as conduziu como uma leoa escolta seus filhotes. Maternal e, ao mesmo tempo, guerreira, pronta para defendê-los de qualquer ataque inimigo.

Na penosa caminhada em direção à saída do morro, a policial segurou o choro enquanto tentava recuperar o ritmo da respiração.

O termo ‘atuação visceral’ costuma ser usado exageradamente. Contudo, neste caso, é apropriado. Paolla Oliveira transmitiu com exatidão aquilo que seu corpo sentia – estava totalmente entregue à essência da personagem.

Foi um ato heroico ficcional, mas em total sintonia com a guerra urbana no Rio, mostrada a todo momento nos telejornais. Ficção e realidade estão mais entrelaçadas do que nunca.

Capítulo após capítulo, Gloria Perez presenteia o telespectador com uma dramaturgia consistente e bela enquanto espetáculo televisivo.

‘A Força do Querer’ nem terminou e já deixa saudade. Fazia tempo que a Globo não produzia uma novela com tantas qualidades.

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