Não há espaço para boa notícia no telejornalismo brasileiro
Corrupção, violência e instabilidade econômica dominam as manchetes na TV
Onde estão as boas notícias? Certamente não vamos encontrá-las facilmente na televisão brasileira. Os principais canais de sinal aberto foram tomados por manchetes sobre violência, corrupção e incerteza na economia.
A cada edição, os telejornais oferecem overdose de negatividade ao telespectador. Um retrato triste de um País que já pretendeu ser o expoente do futuro.
Semana após semana surgem novos escândalos políticos, mais suspeitas e denúncias envolvendo os três poderes, crimes cada vez mais bárbaros, dúvidas a respeito do rumo do Brasil.
A TV, que andava ofuscada pela internet, ganhou fôlego graças à retomada do protagonismo pelo telejornalismo.
Ainda que aparentemente indiferentes ao caos, as pessoas querem se informar, fazer a atualização diária dos fatos. E, para isso, milhões de cidadãos recorrem à boa e velha televisão.
Está mais do que provado: notícia ruim vende mais do que a boa. E, neste momento, as redações das emissoras têm uma oferta impressionante de destaques negativos para levar ao ar.
Com isso, os jornalísticos estão com audiência em alta. O ‘Jornal Nacional’ chegou a 28 pontos de média, com picos de 35 em alguns dias. É o melhor desempenho nos últimos anos.
O ‘Jornal da Record’, mesmo prejudicado com a saída da emissora de algumas operadoras de TV paga, mantém a boa média de 9 pontos.
Bastante politizado, o ‘Jornal da Band’ chegou a marcar recorde de 7 pontos de média este ano, graças ao noticiário cada vez mais deprimente e revoltante.
E assim, com ilícitos e desgraças pautando os canais, as notícias positivas – e são muitas, basta apurá-las – não encontram espaço no ‘espelho’, o roteiro no qual são listadas as matérias a serem exibidas nos programas jornalísticos.
Triste tempo para o telespectador brasileiro.