Novelas brasileiras já não fazem o mesmo sucesso no exterior
Último fenômeno internacional produzido pela Globo foi ‘Avenida Brasil’, há seis anos
Na última década, países como Argentina e Portugal reduziram a importação de novelas brasileiras. O motivo foi o resultado insatisfatório de audiência.
Passaram a investir em produções próprias, que em nada ficam a dever em qualidade artística ao produto ‘made in Brazil’.
Exibida em 2012, ‘Avenida Brasil’ foi o último grande sucesso da Globo no exterior. Já a RecordTV conseguiu boa repercussão internacional, especialmente em vizinhos latinos, com ‘Os Dez Mandamentos’, de 2015.
Antes, nossas telenovelas reinavam absolutas não apenas por serem um entretenimento interessante, mas também pela falta de concorrência.
Hoje, os canais pagos e os serviços de streaming como a Netflix e a Amazon oferecem séries arrebatadoras, capazes de fidelizar o telespectador e fazê-lo esquecer da boa e velha novelinha da TV aberta.
Alguns títulos antigos, como ‘Senhora do Destino’, exibida em 2004 na Globo, ainda se destacam mundo afora. A trama acaba de reestrear no Chile e em Portugal.
De 16 a 18 deste mês, a emissora carioca participará em Miami da NAPTE, uma das maiores feiras do mercado de TV do planeta.
Os executivos do canal tentarão vender para outros países novelas como ‘A Força do Querer’, ‘Êta Mundo Bom’, ‘Rock Story’ e ‘Velho Chico’ (reeditada como série).
Uma tendência identificada em vários polos de produção de novelas é a redução do número de capítulos.
O público não tem mais paciência para acompanhar diariamente um folhetim por até 200 episódios.
A ‘barriga’ (enrolação para esticar a trama) deixou de ser tolerada pelo telespectador que agora vive no ritmo acelerado da internet e gostou da autonomia dada a ele pela plataforma streaming, onde assiste o que quer e quando quer.
Para colocar-se diante da TV, no horário exato, dia após dia, ao longo de meses, só se a novela for muito boa. E a exigência do público está cada vez maior.
Por isso, as emissoras fazem o possível para agradá-lo, como mudar enredos e eliminar personagens rejeitados.
Intrínseca à rotina das famílias brasileiras, a novela ainda terá vida longa, mas precisará se adaptar aos novos tempos.