Odair Terra revela emoções vividas em seu programa sertanejo

A música tem sido um alento a milhões de brasileiros na pandemia de covid-19. Serve como distração para os ouvidos e alívio para o coração. O ‘Programa Odair Terra’, na TV Aparecida, investe em canções com mensagens positivas para estimular o bem-estar dos telespectadores.

Focado no sertanejo clássico e nas novas versões do gênero, a atração está entre as mais vistas do canal católico. Sempre alto-astral, o apresentador diz seguir a inspiração de grandes nomes da TV. “Sempre gostei muito do Gugu, da Hebe, do Bolinha”, diz.

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Outra referência é Marcelo Costa, cantor e compositor que fez história diante das câmeras com atrações de sucesso, como ‘Brasil Rural’ (Band) e ‘Especial Sertanejo’ (Record), em um tempo no qual a ‘música caipira’ ainda enfrentava forte resistência na grande mídia e em algumas camadas da sociedade. 

Odair Terra conversou com o blog a respeito de sua trajetória e as alegrias proporcionadas por seu programa.

Como a pandemia de covid-19 afetou seu trabalho na TV?

No início da pandemia, por conta da quarentena, ficamos sem gravar e respeitamos as orientações. A partir de agosto, voltamos a gravar com todos os procedimentos: realizando testes e usando máscaras, álcool em gel e com equipe bem enxuta. Outra mudança foi a redução da quantidade de convidados no programa.

Como começou sua ligação com a TV Aparecida?

Eu trabalhei por 14 anos em Goiás. Em certo momento, nosso programa passou a ser exibido através da TV PUC Goiás, uma emissora afiliada da TV Aparecida. O sucesso de audiência e a qualidade chamou a atenção dos responsáveis pela programação nacional da emissora. Foi então que nos convidaram para uma conversa em Aparecida, no interior de São Paulo, onde fica a sede do canal. Apresentamos um projeto que já era consolidado e com um repertório de grandes artistas. Não precisamos nem gravar um piloto. Logo assinamos contrato e estreamos em 15 de dezembro de 2015 para todo o Brasil.

A televisão aberta dá pouco espaço à música. Qual a importância de uma atração como a sua para os artistas e a indústria fonográfica?

Como meu programa é uma hora toda de música, entretenimento e focado no sertanejo, não é qualquer emissora de TV que topa um projeto como este. A TV Aparecida é um canal que tem grande público neste segmento. Hoje, a emissora abre as portas para vários programas sertanejos. Mostramos novos talentos e grandes artistas consagrados, como Jorge e Mateus, Gusttavo Lima, Matheus e Kauan, e tantos outros, alguns até começaram no nosso programa. Fico feliz e honrado em ter este grande espaço nacional para mostrar a grande cultura brasileira.

O sertanejo tem a mesma força de antes ou agora divide status com outros gêneros?

A música sertaneja teve uma mudança muito grande. Ela se originou no sertanejo raiz, passou pelo universitário e hoje posso dizer que é um ‘sertanejo de marca’, se tornou uma logo musical. Atualmente, a música sertaneja se assemelha muito ao pop, mas mesmo assim continua sendo uma grande preferência do brasileiro, a categoria musical mais tocada das rádios e também na internet. O sertanejo com certeza ainda ficará por muitos anos em evidência.

Viveu algum momento comovente nas gravações do programa?

Tive várias emoções. Uma delas foi quando gravei pela primeira vez como o Milionário e José Rico. Pra mim, foi um imenso privilégio estar ao lado de uma dupla como eles. A verdadeira história da música sertaneja, os gargantas de ouro. Isso nenhum dinheiro poderia pagar. Outro momento emocionante foi quando eu estive na fazenda do Gino, da dupla com Geno. Por muito tempo, eu fiquei em portas de hotéis atrás da dupla para gravar entrevistas e depois tive a honra de estar na fazenda do Gino, sentarmos para bebemos juntos — eu, minha cerveja, e ele uma pinga — e ouvi-lo tocar e cantar, voz e violão, em plena madrugada, a grande canção ‘As águas de São Francisco’.

Quais artistas sonha entrevistar?

Tenho a felicidade de ter entrevistado quase todos os grandes artistas do meio sertanejo. Duas duplas especiais ainda não passaram pelo meu programa: Chrystian e Ralf e Chitãozinho e Xororó. Gostaria muito de ter a oportunidade de mostrá-los ao meu público.

Qual a trilha sonora da sua vida?

Gosto das minhas raízes, que são os clássicos da música gaúcha e também das grandes canções sertanejas. Posso citar ‘Franguinho na Panela’ e ‘Mala Amarela’.

O que o telespectador pode esperar nessa temporada de seu programa?

Teremos quadros novos e a volta do ‘Talentos Mirins’, que já revelou cantores promissores. Outra novidade é que nosso programa passa a ter uma linguagem mais dinâmica, próxima da internet, que foi dominada pelas lives musicais. Vou continuar com palavras de fé, esperança e otimismo. E, claro, não faltarão boas músicas, tanto as canções consagradas como as músicas de novos artistas.

O ‘Programa Odair Terra’ vai ao ar toda quarta-feira às 22h30, com reapresentação no domingo, às 23h. Na próxima edição, dia 24, o apresentador receberá a dupla Cleber e Cauan. Será a primeira participação de Cauan cantando em programa de TV desde que se recuperou da covid-19. No ano passado, o cantor ficou alguns dias na UTI por conta da doença.