Os famosos ‘processados’ após a morte por ex-companheiros
Coincidência une Gugu, Clodovil e George Michael em polêmica sobre união estável na imprensa
A mídia já contou várias histórias de gays obrigados a acionar a Justiça para garantir o direito à herança após a morte do parceiro. A maioria das matérias tinha anônimos como protagonistas. Três casos envolvendo celebridades jogaram luz nessa situação dramática ocorrida com menos frequência após o Supremo Tribunal Federal reconhecer a união estável em relação homoafetiva, em 2011. O inusitado é que os episódios envolvendo Gugu Liberato, Clodovil Hernandes e George Michael aconteceram após a morte deles.
Em 2012, três anos depois de o deputado federal, estilista e apresentador Clodovil morrer, aos 71 anos, em consequência de um AVC (acidente vascular cerebral), um ex-colaborador de sua equipe pessoal disse ter mantido um relacionamento amoroso com ele ao longo de muitos anos e reivindicou o reconhecimento como herdeiro. Houve decisão desfavorável na primeira instância. Os bens deixados por Clodovil — que era declaradamente homossexual, porém jamais assumiu um namoro em público — foram designados para uma fundação criada para preservar sua memória e promover ações sociais.
No início do ano, o chef Thiago Salvático causou perplexidade em boa parte dos fãs de Gugu ao afirmar ter sido companheiro do apresentador por 8 anos, até sua morte, em novembro de 2019, aos 60 anos, em decorrência de uma queda acidental. O ídolo da TV jamais comentou a respeito de suposta bissexualidade ou homossexualidade. Radicado na Alemanha, Thiago exigia ser incluído na lista de herdeiros de Augusto Liberato. Entrou na batalha pela herança em oposição à médica Rose Miriam Di Matteo, mãe dos três filhos do comunicador, e também requerente do reconhecimento de união estável. Alguns meses após a exposição pública de sua intimidade, que envolveu até um alegado ex-namorado também em busca de divisão de bens, Salvático desistiu de lutar por parte da fortuna de Gugu. Nas redes sociais, ele continua a compartilhar fotos e detalhes de sua convivência com o artista.
Em setembro, os tabloides britânicos começaram a cobrir um pequeno escândalo que atingiu a imagem do cantor George Michael, morto por problemas cardíacos em dezembro de 2016, aos 53 anos. Seu ex-namorado, o americano Kenny Goss, exige da família do saudoso astro pop uma pensão de 15 mil libras por mês, o equivalente a R$ 110 mil. Ele afirma ter dedicado 13 anos de sua vida a cuidar de George, que teve problemas com drogas e álcool, e administrar a fundação que criaram juntos, com ações beneficentes a pacientes de Aids e vítimas de violência doméstica. Os parentes do artista anunciaram que não pretendem dar nenhum centavo a ele. A briga por dinheiro foi parar em um tribunal de Londres, sem data para uma sentença.