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Poderosos em apuros sempre buscam as câmeras de TV

O veículo repercute acusações e defesas com mais impacto na sociedade do que conseguem as redes sociais

25 abr 2020 - 11h35
(atualizado em 27/4/2020 às 10h33)
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Fala-se tanto a respeito da decadência, da irrelevância e até do fim da televisão no Brasil, mas quando algo revelador precisa ser dito, as figuras mais influentes do País procuram as câmeras de TV. Foi o que fizeram Sergio Moro e Jair Bolsonaro no duelo verbal que consolidou o início de mais uma crise política em Brasília.

Moro e Bolsonaro: o duelo de gigantes saiu dos bastidores do poder e passou a ser travado diante das câmeras de TV
Moro e Bolsonaro: o duelo de gigantes saiu dos bastidores do poder e passou a ser travado diante das câmeras de TV
Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV (Foto Jair Bolsonaro: Carolina Antunes / Presidência da República e Foto Sergio Moro: Reprodução / TV)

O agora ex-superministro e o presidente da República convocaram a imprensa para transmitir seus respectivos pronunciamentos. Eram discursos importantes demais para serem resumidos nos limitados caracteres do Twitter ou em textão no Facebook. E ambos desejavam atingir o maior número possível de pessoas, instantaneamente, além de ecoar as mensagens em outros veículos de comunicação. Para isso, ainda não se inventou propagador mais eficiente do que a velha TV.

O economista Ricardo Amorim, coapresentador do Manhattan Connection, da GloboNews, fez tempos atrás uma reflexão certeira a respeito do valor da televisão e da dinâmica de sua associação com a internet. “A TV é onde as pessoas veem e as redes sociais, onde repercutem, brigam, onde o ‘pau come’ depois, a partir de uma transmissão em massa na televisão.”

O âncora do mesmo programa, Lucas Mendes, com mais de 50 anos de jornalismo, lançou em outra ocasião um comentário que chancela essa teoria. "Segundo um deputado, um líder lá no Congresso, o medo deles (políticos) é sair uma notícia ruim no Jornal Nacional. Isso estremece, é muito mais devastador (do que na internet)."

Assim como evitam ser alvo de manchetes negativas na TV, os poderosos correm para frente das câmeras quando desejam a autopromoção, se defender de ataques ou disparar contra desafetos. As redes sociais não são o bastante para ícones de popularidade digital como Bolsonaro e Moro: eles precisam do alcance imensurável da televisão, presente em 98% dos 71 milhões de domicílios no Brasil. No ano em que completa 70 anos no País, a televisão mostra ter fôlego para uma vida longa e utilidade indispensável aos líderes da política.

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