Reprisar novelas é bom negócio para Globo, RecordTV e SBT
Tramas antigas ocupam espaço nobre na programação com baixo custo para os canais
Nem mesmo a toda poderosa Globo abre mão da velha reprise de novelas. A sessão Vale a Pena Ver de Novo está no ar desde 1980 e garante boa audiência na faixa vespertina.
No momento, Celebridade (exibida originalmente entre 2003 e 2004) registra média de 14 pontos, índice que representa quase 3 milhões de telespectadores somente na Grande São Paulo.
A representação está apenas 3 pontos atrás da inédita Malhação – Vidas Brasileiras, transmitida na sequência, e atrai mais público do que outras atrações da tarde, como o Jornal Hoje (13 pontos de média).
Na RecordTV, o repeteco de Os Dez Mandamentos (2015) surpreendeu nas últimas semanas ao marcar até 12 pontos no início da noite, enquanto a grande aposta do canal, Apocalipse, não passa de 8.
Outro caso de sucesso é Chiquititas (2013-2015), no SBT. Está com média de 10 pontos no Ibope, meio ponto a menos do que a inédita Carinha de Anjo.
Para as emissoras, as reprises ajudam a tapar buracos na grade de programação e os custos com direitos para atores e autores saem mais em conta do que bancar uma nova produção semelhante.
Outro ponto positivo é a volta dos telespectadores originais, que gostam de rever certas novelas. Além disso, conquista-se o público que, por algum motivo, não acompanhou a primeira exibição das tramas.
Esse estímulo ao saudosismo televisivo, especialmente em relação à teledramaturgia, aumentou bastante depois da estreia do canal Viva, em 2010.
Dedicado a novelas e programas de entretenimento de outros tempos, a emissora de sinal fechado seduziu até as novas gerações. A curiosidade pela ‘TV de antigamente’ não tem idade.
Ao relembrar folhetins de anos ou décadas atrás, constata-se que algumas produções, mesmo com inferioridade técnica, eram superiores a determinadas novelas atuais.
A teledramaturgia do presente precisa dar uma espiada no passado para buscar inspiração.