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‘Sem querer querendo’, Silvio Santos faz política na TV

Apresentador confessa a vontade de ser eleito: “Brasileiros estão sem candidatos”

19 jun 2017 - 10h53
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“Falta realmente (eu) ser prefeito, ou falta ser governador, ou ser presidente, porque o resto, felizmente, com a sorte que eu tenho, tenho tudo”, disse Silvio Santos durante conversa com João Dória Jr., em seu programa no domingo (18).

Ainda que negue – ou apenas desconverse – a possibilidade de se candidatar a um cargo público em 2018, o dono do SBT dá demonstrações cada vez mais claras de seu interesse por uma carreira política.

Silvio Santos admite o desejo pela política: “Falta ser prefeito, governador ou presidente”
Silvio Santos admite o desejo pela política: “Falta ser prefeito, governador ou presidente”
Foto: Divulgação/SBT

No bate-papo com o prefeito de São Paulo, SS sugeriu uma chapa tão exótica quanto improvável: “Quem sabe você e o (Jair) Bolsonaro?”

Na opinião do mais popular apresentador da televisão brasileira, a associação com o líder da direita aumentaria a chance de o tucano derrotar outra hipotética chapa, composta pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão.

Ao comentar a respeito de sua candidatura à Presidência em 1989, impugnada antes do primeiro turno, Silvio Santos admitiu a razão que o fez tentar ocupar o Palácio do Planalto: “A vaidade toma conta da gente”.

O ex-camelô transformado em magnata da comunicação sempre teve relação próxima com o poder. Construiu boas relações com a cúpula do regime militar durante a ditadura.

Em 1981, Silvio venceu uma licitação aberta pelo então presidente da República, general João Figueiredo, e recebeu a concessão para criar a rede de TV que se transformaria no SBT.

Por mais de vinte anos, a emissora transmitiu um boletim de notícias chamado ‘A Semana do Presidente’. O saudoso locutor Lombardi informava as principais atividades do mandatário do País. Era uma propaganda disfarçada de jornalismo.

Ainda que distante dos bastidores de Brasília, SS sempre teve prestígio junto aos presidentes. Tanto é que, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Lula o ajudou a resolver os problemas financeiros do Banco Panamericano, que pertencia ao Grupo Silvio Santos.

De Dilma Rousseff, Senor Abravanel recebeu uma honraria de Estado: a Ordem do Mérito das Comunicações, pelos serviços prestados ao País por meio da TV.

Em 1996, Fernando Henrique Cardoso fez questão de comparecer às festividades de inauguração do Centro de Televisão da Anhanguera (CDT), sede grandiosa do SBT em Osasco, na Grande São Paulo.

Na mesma conversa com João Dória, no domingo, Silvio Santos fez um comentário curioso: “Atualmente os brasileiros estão sem candidatos”.

O comunicador se mostra antenado com a apatia da população em relação às eleições de 2018 e a dificuldade que os principais partidos terão de indicar à Presidência nomes viáveis, livres de investigações e escândalos.

É evidente o interesse de Silvio Santos pela política. Resta saber se vai usar sua popularidade e credibilidade no lançamento de uma candidatura própria ou terá atuação somente diante das câmeras do SBT, em sabatinas com os principais políticos do Brasil.

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Fonte: Terra
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