Surge novo candidato a suceder Bonner no Jornal Nacional
Quantos apresentadores de jornalísticos da Globo e da GloboNews aparecem na vinheta de abertura do programa que comandam? Resposta: apenas um.
Essa deferência confirma o prestígio de Dony de Nuccio, âncora do 'Conta Corrente', atração do canal pago.
O jornalista atua ainda como editor de economia e apresentador eventual do 'Jornal das Dez' e comentarista de economia do 'Hora Um'.
Sua meta vai além: chegar à bancada do 'Jornal Nacional', o telejornal com maior audiência do país, exibido desde setembro de 1969 no horário nobre da Globo.
Pragmático, De Nuccio tem no smartphone uma foto de William Bonner, atual âncora e editor-chefe, e outra do cenário do 'JN'.
De vez em quando, revê as imagens, como se fizesse uma espécie de mentalização para ajudar a concretizar o objetivo.
Não há qualquer indício de que Bonner pretenda renunciar ou corra risco de impeachment. Ainda assim, Donny já ocupa um lugar na fila da sucessão.
São vários os candidatos: Evaristo Costa ('Hoje'), Rodrigo Bocardi ('Bom Dia São Paulo') e Flavio Fachel ('Bom Dia Rio') estão entre os com maior chance.
Dony de Nuccio é uma espécie de garoto prodígio. Formado em Jornalismo pela USP e mestre em Economia pela FGV, ele começou como repórter na Globo em 2011.
Passou pelo 'Jornal da Globo' e pelas duas edições do 'SPTV' até chegar ao 'Jornal das Dez', da GloboNews. Em abril de 2013, completou a ascensão meteórica: lançou o novo formato do 'Conta Corrente'.
O sucesso foi imediato. A atração aborda a economia numa linguagem acessível a qualquer telespectador e exibe entrevistas interessantes com especialistas de diferentes áreas.
Há destaque para finanças pessoais e empreendedorismo, temas caros em qualquer época, especialmente num período de instabilidade econômica, como o atual.
Na apresentação, De Nuccio concilia credibilidade e didatismo na medida certa. Além disso é carismático; característica que passou a ser fundamental desde a adoção do jornalismo descontraído por quase todas as emissoras.
Eficiente no improviso, o jovem âncora não é refém do teleprompter, aparelho gerador dos textos a serem lidos pelos apresentadores. Seguindo os passos de Bonner, o 'tio' do Twitter, Dony também marca presença nas redes sociais.
Aos 30 anos, o jornalista está entre os mais bem-sucedidos do Grupo Globo, principalmente na comparação com colegas da mesma faixa etária. Projetá-lo num posto ainda mais elevado, como a bancada do 'JN', não configura exagero.
A cobiçada cadeira usada por William Bonner no 'Jornal Nacional' é uma Herman Miller que custa 6 mil reais. Porém seu valor de mercado mostra-se infinitamente menor do que o poder real conferido a quem a ocupa.
Para os apresentadores interessados nela, não se trata de uma cadeira apenas — é quase um trono.