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TV de Boni e Boninho ajuda a Globo a cobrir a tragédia no Litoral de SP 

Repórteres de diferentes veículos enviados a São Sebastião enfrentam lama, pressão psicológica e até agressão física

23 fev 2023 - 09h15
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Fazer a cobertura jornalística de uma catástrofe exige união de forças. A Globo deslocou equipes da capital paulista para o Litoral Norte a fim de reportar os efeitos das chuvas recordes.

Mas o número de repórteres e cinegrafistas no local se mostrou insuficiente para acompanhar tantos fatos simultaneamente: acolhimento de sobreviventes, busca por corpos, reconstrução das áreas destruídas e a visita diária de autoridades.

A direção do jornalismo acionou a Rede Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, região do interior paulista próxima ao litoral. Inaugurada em agosto de 2003, a emissora pertence a dois nomes poderosos.

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 87 anos, trabalhou na emissora de 1967 a 2001. Foi vice-presidente e braço-direito de Roberto Marinho.

Seu sócio é o filho mais velho, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, 61, diretor de programas de sucesso como ‘Big Brother Brasil’, ‘Caldeirão’ e ‘Domingão com Huck’.

Como a Rede Vanguarda transmite seu sinal para o Litoral Norte, seus profissionais estão acostumados a circular pelas cidades afetadas pelos deslizamentos e alagamentos.

Repórteres como André Luis Rosa, João Mota e José Eymard passaram a produzir reportagens para telejornais de rede, a exemplo do ‘Jornal Hoje’ e ‘Jornal Nacional’.

Por morar razoavelmente perto, eles conseguem ir ao local, gravar e voltar para casa. Já os profissionais enviados de São Paulo precisam se hospedar no litoral.

A jornada tem sido longa. Exige esforço físico para acessar as áreas tomadas por lama e destroços. Requer também estrutura emocional.

Por mais que um jornalista esteja conectado com a missão de informar, é impossível ficar indiferente à dor das famílias enlutadas, ignorar a imagem de cadáveres sendo transportados e não se comover com pessoas desoladas por perder tudo.

Muitos deles vão às lágrimas atrás das câmeras. Há quem se emocione ao vivo. O repórter Walace Lara, da Globo São Paulo, segurou o choro ao relatar o depoimento de desabrigados e a ganância de comerciantes que cobravam R$ 93,00 por 1 litro de água.

Como se fosse pouco, os jornalistas ainda correm o risco de ser agredidos, como aconteceu com a jornalista Renata Cafardo e o repórter fotográfico Tiago Queiroz, de ‘O Estado de S. Paulo’.

Eles foram empurrados, ameaçados e xingados de “comunistas” e “esquerdistas” por moradores de um condomínio de luxo. Nem uma tragédia humanitária sensibiliza os ignorantes radicalizados.

Boni e Boninho são donos de uma importante afiliada da Globo perto da área devastada pelas chuvas no litoral de SP
Boni e Boninho são donos de uma importante afiliada da Globo perto da área devastada pelas chuvas no litoral de SP
Foto: Reprodução
Repórteres da Rede Vanguarda trabalham em conjunto com as equipes da Globo enviadas da capital paulista
Repórteres da Rede Vanguarda trabalham em conjunto com as equipes da Globo enviadas da capital paulista
Foto: Reproduções
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