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Boato de saída de Boninho envolve guerra de poder na Globo

Diretor que virou celebridade incomoda muita gente no canal e deixa a emissora em situação delicada

21 jul 2022 - 12h55
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Boninho tem superpoder como diretor e status de artista
Boninho tem superpoder como diretor e status de artista
Foto: Divulgação

Nos últimos dias, a imprensa, as redes sociais e a ‘rádio corredor’ na Globo repercutiram o rumor de que Boninho poderá deixar a emissora antes do final de seu contrato, no ano que vem.

O gatilho para a especulação começou no dia 11, quando a apresentadora Ana Furtado anunciou o fim de seu vínculo com o canal após 26 anos.

Boninho teria ficado revoltado com a dispensa de sua mulher e ameaçado ir embora. Essa suposta reação furiosa não foi confirmada por nenhuma das partes.

Outra razão para seu descontentamento seriam as decisões impostas a ele. Exemplo: tinha preferência por Marcos Mion para substituir Tiago Leifert no BBB, mas foi obrigado a aceitar Tadeu Schmidt.

Até pouco tempo, seria impensável ver o versátil diretor fora da Globo. Essa possibilidade se tornou real após a TV abrir mão de alguns de seus maiores talentos.

Entre eles, o autor de novelas Aguinaldo Silva (41 anos de casa), o diretor de novelas Dennis Carvalho (47 anos no canal) e o apresentador Fausto Silva (32 anos no ar).

Assim como os citados, dezenas de outros profissionais com valioso status foram surpreendidos com a demissão ou a não renovação contratual. Cortar quem ganha alto salário tem a ver com a reestruturação financeira para aumentar o lucro.

O que se diz na emissora é que há somente dois intocáveis: o diretor-geral de Jornalismo Ali Kamel e o diretor de produção Ricardo Waddington, chefão das novelas e dos programas de entretenimento.

Abaixo dele, Boninho é diretor executivo do gênero Variedades. Acumulou tanto poder e popularidade (soma 9 milhões de seguidores entre Twitter e Instagram) que ficou maior do que seu cargo.

Afinal, qual a chance de ele sair?

A cúpula da Globo defende que “ninguém é insubstituível”, porém, teria dificuldade para encontrar outro profissional com a mesma produtividade de Boninho.

Ele lidera uma equipe afinada que rapidamente tira projetos do papel. Entre sucessos (como o The Voice e o novo Caldeirão) e fiascos (o recente Zig Zag Arena está na lista), o saldo é positivo.

No caso do BBB (a ‘galinha dos ovos de ouro’, com faturamento de R$ 1 bilhão na última edição), o diretor se tornou personagem do reality show, com forte interação com os telespectadores nas redes sociais e aparições no programa. Sem ele, poderia haver redução de engajamento.

Faz tempo que a Globo perdeu o receio de que ex-contratados possam fazer um estrago em sua audiência se forem para os principais concorrentes, Record e SBT.

No caso de Boninho, o risco assusta. Com um bom formato em mãos e tudo o que sabe sobre o funcionamento do canal, ele poderia incomodar a liderança global.

Outra vantagem que os Marinhos teriam em ‘segurar’ Boninho seria garantir um sucessor à altura de Ricardo Waddington. Poucos profissionais possuem expertise para ser o capitão da área artística da emissora.

Parte da imprensa argumenta que a Globo cogita dispensar Boninho em razão de seu salário. Fala-se em R$ 400 mil, mas seus ganhos certamente são bem maiores.

Seria uma economia burra para o canal. Este valor é módico na comparação com as receitas que as atrações sob o comando dele geram à emissora.

A razão principal da hipotética ‘fritura’ de Boninho gira em torno da guerra de egos nos bastidores, onde há acirrada disputa por poder. De temperamento forte, ele não se curva a ninguém.

Apesar desses conflitos internos, a chance de Boninho continuar na emissora, onde trabalha desde 1984, é maior do que se demitir ou ser demitido.

Ele sabe que, mesmo sem o poder absoluto, melhor continuar na Globo do que encarar as limitações de outros canais abertos, que não dariam as mesmas condições de trabalho, ou então ‘sumir’ na TV paga ou em alguma plataforma de streaming.

A ligação do diretor com a emissora carioca vai além da relação entre empregado e empresa. Ele e seu pai – o ex-vice-presidente da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni – são donos da TV Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.

Entre fofocas e verdades, essa expectativa pela permanência ou saída de Boninho o deixa ainda mais em evidência e reforça sua influência na emissora e na internet. O apelido ‘big boss’ nunca fez tanto sentido.

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