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Boni insiste em criticar a Globo vinte anos após sair de lá

Ex-chefão afirma que canal errou ao divulgar o assédio cometido por José Mayer

6 abr 2017 - 14h32
(atualizado às 14h49)
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Duas décadas se passaram desde que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, deixou a vice-presidência de Operações da Globo. Mas ele parece não ter processado completamente seu desligamento do canal.

Basta surgir uma polêmica a respeito da emissora, e o executivo de TV ressurge na imprensa para criticá-la. Culpa em parte dos jornalistas que o procuram – já prevendo alguma declaração contundente capaz de gerar manchete chamativa.

Ex-vice-presidente da emissora viu sensacionalismo na abordagem do 'Jornal Nacional'
Ex-vice-presidente da emissora viu sensacionalismo na abordagem do 'Jornal Nacional'
Foto: Ramón Vasconcellos/TV Globo / Divulgação

Desta vez, Boni reprovou o ‘Jornal Nacional’ pelo espaço dedicado ao assédio do ator José Mayer à figurinista Su Tonani. Em entrevistas, ele classificou a abordagem feita pelo telejornal como “sensacionalismo”.

À ‘Folha’, declarou que “colocar seis minutos (do caso) no ‘Jornal Nacional’ é apelação”. Na opinião do ex-todo-poderoso da Globo, a assunto deveria ser tratado apenas internamente.

É provável que tenha sido assim durante sua gestão, já que os episódios de assédio no canal são antigos e qualquer jornalista minimamente informado tem conhecimento de vários deles, ainda que não possa divulgá-los por questões éticas e jurídicas.

Boni é, sem dúvida, um dos profissionais com mais conhecimento e competência no mercado de televisão. Contudo, seus recorrentes palpites sobre a Globo não contribuem para melhorar o canal e a sociedade.

A emissora agiu certo ao abordar a questão em seus principais jornalísticos – o ‘Hoje’ também colocou em pauta a denúncia de assédio e suas consequências.

O canal não é uma empresa qualquer. Trata-se de uma concessão pública com a maior visibilidade entre as redes de comunicação do País.

Ignorar o assédio e o protesto de suas próprias funcionárias, revoltadas com uma prática execrável e mais comum do que se imagina nos bastidores do mundo da TV, seria antiético e provocaria um estrago imensurável na imagem da emissora.

Espera-se – e se deve exigir – transparência de uma empresa tão poderosa como a Globo, que afirma prezar pela verdade não apenas em seu jornalismo, mas também na política de relacionamento com seus contratados e colaboradores.

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Fonte: Especial para Terra
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