Bonner completa 10.000 dias como apresentador titular do ‘Jornal Nacional’
Âncora vive fase tranquila e com audiência em alta após a tensão de ser o inimigo número 1 de Bolsonaro na mídia
Esta sexta-feira (18) é um dia especial para William Bonemer Júnior, conhecido nacionalmente como William Bonner.
O apresentador atinge 10.000 dias como âncora do ‘Jornal Nacional’. A estreia na função ocorreu em 1° de abril de 1996. Antes, ele ocupava a bancada para cobrir folgas e férias.
Tornou-se o apresentador mais longevo do telejornal. Em novembro de 2022, ultrapassou os 26 anos e 6 meses de Cid Moreira.
No momento, são 27 anos e 4 meses à frente do ‘JN’, onde se tornou editor-chefe em setembro de 1999 e mantém o cargo.
Graduado em Comunicação com ênfase em Publicidade e Propaganda pela USP, Bonner entrou na Globo em junho de 1986, vindo da Band.
Começou em telejornais locais de SP, depois passou por ‘Globo Rural’ e ‘Jornal Hoje’. Ao Projeto ‘Memória Globo’, revelou o momento em que surgiu a vontade de dar um voo mais alto na emissora.
“No mesmo dia em que fui convidado para o ‘Fantástico’, quando voltei para o hotel (no Rio), fiquei sentado na cama e pensei: ‘Agora quero fazer o ‘Jornal Nacional’.”
Antes de realizar o sonho, ficou três anos no ‘Jornal da Globo’ e cumpriu outra temporada no ‘JH’. O âncora se diz um apaixonado pelo trabalho.
“Televisão é sensacional. Quando a gente tem uma imagem retumbante, uma baita imagem ao vivo, vejo que estamos fazendo – no gerúndio – história.”
Admirado e também rejeitado, William Bonner viveu o inferno ao longo dos quatro anos de Jair Bolsonaro no Planalto.
Foi alvo de insultos e deboches do presidente e seus discípulos, recebeu ameaças de morte anônimas, perdeu a liberdade de ir e vir.
Chegou a ser constrangido por uma mulher ao tomar café em uma padaria carioca, além de outras intimidações. Parentes próximos foram vítimas de fraude.
Um advogado bolsonarista pediu sua prisão à Justiça. Em entrevista a Pedro Bial, um Bonner abatido lamentou a “maldade humana” e a “incivilidade”. Sob o governo Lula, a pressão é bem menor.
Paulistano criado no Tatuapé, na zona leste, e depois morador de Higienópolis, área nobre perto do centro, o apresentador foi casado com Fátima Bernardes entre 1990 e 2006. Tiveram os gêmeos Vinícius, Laura e Beatriz, hoje com 25 anos.
Desde 2018, ele é marido da fisioterapeuta Natasha Dantas. O casal mora no Rio, na companhia de cães de estimação.
Em 16 de novembro, o âncora completará 60 anos. Sinaliza que não pretende continuar no ‘Jornal Nacional’ por muito tempo, mas não indica data para deixar o telejornal líder de audiência (tem registrado médias entre 25 e 28 pontos) e que o transformou no jornalista de TV mais influente do Brasil.