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Carolina Dieckmann fala sobre papel "denso" no 'Fantástico'

Atriz está em 'Eu Que Amo Tanto', série dentro do programa dominical da TV Globo

11 nov 2014 - 14h05
(atualizado às 14h06)
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O jeito forte e decisivo de Carolina Dieckmann reflete diretamente nos personagens que interpreta. Mesmo com uma maioria de mocinhas no currículo, como a emblemática Camila de Laços de Família ou a recente Iolanda de Joia Rara, a atriz consegue imprimir personalidade e se apropriar das histórias de forma marcante. Por isso, ela foi uma das escolhidas pelas diretoras Amora Mautner e Joana Jabace para protagonizar Eu Que Amo Tanto, série do Fantástico que estreia neste domingo. Ao lado de Mariana Ximenes, Marjorie Estiano e Susana Vieira, Carolina entra para o rol de atrizes que toparam a proposta das diretoras: aparecer na TV de uma forma diferente do comum, sem "glamour" ou maquiagem. Baseado no livro homônimo de Marília Gabriela, a adaptação para a TV de Euclydes Marinho fala de mulheres que amam demais. "Estou nua, em carne viva, sangrando", dramatiza a atriz.

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No episódio de estreia, Carolina dá vida a Zezé. Na infância, a personagem, que será interpretada por Mel Maia, sofre um abuso sexual por parte de seu tio. Já adulta, cansada da vida doméstica com marido e filhos, Zezé conhece Osório, de Antonio Calloni e, com ele, desenvolve uma relação obsessiva. "É uma história muito forte. O sofrimento é intenso, dilacerante. Para mim, o que fica desse trabalho é aprender a respeitar o sofrimento", pontua. Cansada das traições do novo companheiro, Zezé vê o assassinato como a única solução para não precisar mais dividi-lo com ninguém. "Fiquei desesperada quando li a cena", conta. Sem nunca ter passado por essa situação na teledramaturgia, Carolina conta que se inspirou em homens-bomba para desempenhar a cena com a verdade que ela pedia. "Ele se mata e mata um monte de gente porque enxerga que é o único jeito. Não tem crítica ou julgamento, só amor e certeza", compara, dizendo que a sequência foi gravada em um só "take".

Carolina quis frequentar reuniões do Mada – Mulheres que Amam Demais Anônimas – para compor sua personagem, já que o grupo de apoio foi o principal combustível para Marília Gabriela escrever seu livro. "Mesmo que seja um trabalho pequeno, com oito minutos de duração, para mim, era importante entender esse sentimento avassalador", explica. No entanto, só é possível ir à terapia de grupo quem for, especificamente, se expor nela. "Então, li o livro e me encontrei muito no texto. As cenas são muito diretas, muito vivas", explica. Segundo a atriz, assim como ela, as mulheres, de forma geral, vão se reconhecer em Eu Que Amo Tanto. "Todo mundo já se descontrolou por amor. Eu, inclusive. Cada uma tem sua válvula de escape, sua temperatura. O grande desafio é não cair no excesso", reflete. Além de toda a preparação externa, algumas mudanças na aparência também foram feitas. Além de escurecer o cabelo – "Mas já vou ficar loura de novo", avisa –, a falta de maquiagem é uma característica marcante nos quatro episódios da série. O tom mais naturalista não incomodou a atriz. "Não podíamos estar diferentes para contar essa história. São mulheres que estão em carne viva, que não têm condições de se cuidar física ou mentalmente", justifica.

Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press

Natural do Rio de Janeiro, aos 36 anos, Carolina Dieckmann comemora o bom momento na carreira e celebra o reencontro com a direção de Amora Mautner e Joana Jabace após "Joia Rara", exibida pela Globo em 2013 e recentemente indicada ao Emmy de Melhor Novela. Apesar de ter estreado na TV há 21 anos, como a Claudinha de Sex Appeal, a atriz enaltece o encontro com as diretoras como um dos mais importantes da sua carreira. "Quando estou gravando com elas, sinto que elas estão dentro de mim, comendo minha alma. Aí, sinto que aquilo está vivo, pulsante. E é maravilhoso porque entrego tudo de mim", diz, sorridente.

Sem fantasia

Dona de um rosto de feições delicadas, Carolina Dieckmann não é do tipo que precisa se enfeitar para estar bonita. Ela, inclusive, é adepta de usar pouca ou nenhuma maquiagem. Seja em cena ou no dia a dia. Por isso, a proposta de Eu Que Amo Tanto foi tão comemorada pela atriz. A falta de "glamour" e de outros excessos encontrados na TV enchem os olhos dela. "Sou a atriz que as maquiadoras precisam pegar pelos cabelos para ir pentear e arrumar", diz, aos risos. A questão, segundo ela, não é só estética. "Sempre briguei muito com essa coisa da glamourização da TV. Maquiagem é só quando ajuda a contar a história. É igual nudez. Não adianta colocar sem um propósito maior", opina.

O discurso da "cara limpa" vem exatamente enquanto Cobras & Lagartos é reprisada pelo Vale a Pena Ver de Novo. Na novela de João Emanuel Carneiro, exibida originalmente em 2006, Carolina interpretou Leona, uma digna perua carioca. "Era impossível contar aquela história sem aquele cabelo, sem aquela maquiagem, sem a unha feita. A Leona é o tipo de mulher que se maquiava antes de tomar o café da manhã. Ali era totalmente a serviço da história", defende.

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Fonte: TV Press
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