Caros e sem dar lucro, os telejornais crescem em importância nas eleições
O monitoramento diário das campanhas e os debates renovaram o poder de influência da TV aberta
Um vencedor inquestionável das eleições municipais foi o telejornalismo. Com o X suspenso, os debates ganharam protagonismo absoluto. A atenção do país acabou capturada pela velha televisão.
Na cidade de São Paulo, todos os canais que promoveram encontros de candidatos a prefeito tiveram crescimento de audiência no horário do confronto.
Aliás, até a propaganda eleitoral obrigatória surpreendeu com índices altos no Ibope. O interesse por uma disputa com resultado imprevisível atiçou o telespectador-eleitor.
A cobertura do dia a dia das campanhas fez bem aos telejornais. Como William Bonner disse na transmissão da apuração, as emissoras foram obrigadas a dar mais destaque às eleições municipais, especialmente à da capital paulista, onde houve cadeirada, soco e outros excessos com apelo midiático.
Em vários dias ao longo da cobertura do 1º turno, o ‘Jornal Nacional’, o ‘Jornal da Record’ e o ‘Jornal da Band’ foram os programas mais vistos de seus respectivos canais, superando as novelas.
O ‘SBT Brasil’, o ‘Jornal da Gazeta’, o ‘Jornal da Cultura’ e o ‘RedeTV News’ figuraram entre as atrações de maior público em suas emissoras correspondentes.
Como se sabe, o telejornalismo requer alto investimento e nunca dá lucro. Silvio Santos sempre reclamou dessa dinâmica. Mas o saldo em audiência e credibilidade supera os gastos.
A cobertura das eleições municipais serviu para reforçar a importância do jornalismo profissional contra as fakes news e mostrar que uma das garantias de futuro para a criticada TV aberta é se dedicar cada vez mais ao noticiário ao vivo.