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Casais de Babilônia provocam tédio com excesso de blablablá

26 jun 2015 - 10h36
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Foto: João Miguel Jr./TV Globo
Foto: João Miguel Jr./TV Globo
Foto: Sala de TV

Uma repetitiva e interminável DR. A maioria dos casais de Babilônia precisaria, com urgência, frequentar o consultório de um terapeuta. É muita falação, pouco sexo, quase nenhum romantismo.

A #chateada Regina (Camila Pitanga) e o picolé de chuchu Vinícius (Thiago Fragoso) mantêm um relacionamento ioiô: separam, voltam, rompem novamente, se reconciliam… Quando juntos, estão sempre a brigar, ou lamentar os percalços da vida.

O público parece indiferente. A falta de química entre os personagens não estimula a torcida para que, enfim, engatem um romance interessante.

No momento, a heroína destemperada vive clima de affair com Carlos Alberto (Marcos Pasquim), aquele que seria gay, mas voltou a ser hétero antes mesmo de sair do armário.

Após ser mais uma vez rejeitado por Regina, Vinícius acaba na cama com a ex, Cris (Tainá Müller). Porém, apesar do clima gélido, mocinho e mocinha terminarão juntos, como manda a cartilha do bom folhetim.

No início da novela, a então tarada Beatriz (Gloria Pires) e o atleta nervosinho Diogo (Thiago Martins) mais transavam do que conversavam. Era a dupla 'quente' da trama.

Após o processo de pasteurização de Babilônia, os dois passaram a brigar o tempo todo e a temperatura sexual despencou. As cenas com o casal, cada vez mais raras, quase sempre acabam em discussão sobre os mesmos assuntos.

A repetição também é o problema de Paula e Bento, interpretados por Sheron Menezes e Dudu Azevedo. A advogada quer transformá-lo num namorado 'coxinha'. O criador de softwares prefere chinelão, praia e cerveja. Esse conflito gira em círculos há muitas semanas.

Outros casais, como Luís Fernando (Gabriel Braga Nunes) e Karen (Maria Clara Gueiros), e Alice (Sophie Charlotte) e Murilo (Bruno Gagliasso), também são vistos em cenas monótonas, que se repetem quase em todo capítulo.

Rafael (Chay Suede) e Laís (Luisa Arraes) são o Romeu e a Julieta de Babilônia. Evangélica, a estudante é adepta do movimento 'Eu Escolhi Esperar', que prega o sexo somente após o casamento.

Esse casal sustenta a única expectativa da novela: a primeira vez será mesmo depois do 'sim' no altar, ou eles irão transar antes, ignorando a imposição da família e da religião de Laís?

O alívio cômico de Babilônia está focado no triângulo amoroso formado por Norberto (Marcos Veras), Clóvis (Igor Angelkorte) e Valeska (Juliana Alves). As confusões entre eles já renderam até torta na cara. Contudo, nem o humor pastelão ameniza o falatório sacal entre os três.

Os tempos mudaram, os costumes são outros, a teledramaturgia evoluiu, mas os noveleiros ainda esperam por histórias de paixão e amor capazes de envolvê-los. A ausência desse componente é uma das falhas de Babilônia.

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