Cobertura de ataques golpistas ressalta o mérito da Globo em ser líder no Ibope
Record, SBT e RedeTV! confirmaram a dualidade de seu jornalismo e Jovem Pan News continua a dar palco a extremistas
Ainda que tenha demorado mais de duas horas para começar a transmitir a ação de bolsonaristas terroristas em Brasília, a Globo se destacou em momento crucial de resistência da democracia.
Sem equipe suficiente de plantão nas redações do Rio e São Paulo, apelou para a GloboNews. Pela primeira vez, os jornalistas do canal pago ancoraram uma cobertura na principal emissora da família Marinho.
O plantonista Erick Bang comandou com firmeza as primeiras horas no ar. Depois dividiu o estúdio com Leila Sterenberg, Poliana Abritta e comentaristas de política. Outros jornalistas participaram por videochamada.
A Globo chegou a picos de 20 pontos no Ibope na faixa das 18h. A GloboNews marcou 7 pontos em alguns momentos. Mais importante do que a audiência foi a relevância jornalística em um dia histórico.
A equipe ao vivo soube informar, analisar e opinar a respeito do que acontecia, do impacto no dia a dia do cidadão, na imagem do País no exterior e no futuro da política nacional.
Enquanto isso, a Record TV, o SBT e a RedeTV! fizeram menos do que o básico ao longo da tarde. Apenas boletins burocráticos, como se a destruição da sede dos três Poderes no DF não tivesse importância colossal.
Não podemos esperar muito desses canais. Os donos são declaradamente apoiadores de Jair Bolsonaro e do conservadorismo. O jornalismo desse trio de emissoras suavizou as barbaridades ditas e feitas pelo ex-presidente. Mais do que isso: são antilulistas e, consequentemente, confundem o Estado com o político inimigo.
Para azar dos proprietários, a claque de direita não agrega audiência. Aliás, esses canais vivem uma fase decadente no Ibope. A ambição de se aproximar da Globo é ilusão digna de ironia. Não fazem por merecer a liderança de público.
Com tradição de jornalismo consistente e crítico, a Band ofereceu a seus telespectadores uma cobertura correta. A TV do clã Saad não se deixou contaminar pela toxicidade nem pela omissão da era bolsonarista.
Os 12 milhões de brasileiros assinantes de canais pagos tiveram mais opções para acompanhar o vandalismo na capital federal e as manifestações em defesa da democracia.
Além da GloboNews, a CNN Brasil e a Band News cumpriram a missão de informar com imparcialidade. Já a Jovem Pan News deu voz a alguns comentaristas que enxergaram razão na barbárie vista na Praça dos Três Poderes.
Derrotada com Bolsonaro nas urnas, a emissora de direita está editorialmente perdido. Exibe editoriais com suposto apoio às leis e, ao mesmo tempo, hospeda vozes de extrema-direita que defendem atos golpistas e ameaças terroristas. É uma TV totalmente dispensável.