Como explicar tanta implicância e o ódio gratuito por Patrícia Poeta
Reações ao bom desempenho das substitutas da apresentadora no ‘Encontro’ ressaltam um problema de difícil solução
Público elogia substitutas e pede saída de Patrícia Poeta do ‘Encontro’.
Web exalta Tati Machado e Valéria Almeida no ‘Encontro’: “Aprende, Poeta”.
‘Encontro’ sem Patrícia Poeta cai nas graças do público.
Web pede demissão de Patrícia Poeta e efetivação de substitutas.
As frases acima são manchetes de portais de notícias. Repercutiram a reação das redes sociais à estreia das jornalistas escaladas para cobrir as férias da titular do ‘Encontro’.
O inegável carisma de Tati e Valéria, valorizado pela interação fluida entre elas, oxigenou um programa contaminado nos últimos meses pelo clima pesado entre Patrícia e Manoel Soares.
A celebração da ausência da apresentadora é resultado, obviamente, da revolta pela demissão de seu parceiro de estúdio.
Ainda que previsível, a saída ocorreu antes do que os rumores indicavam e irritou os fãs do jornalista, aumentando a antipatia declarada em relação a Poeta.
Uma situação deixou a imagem da apresentadora ainda pior: ela ignorou o desligamento de Manoel. Nenhum comentário. Esse silêncio corrobora a impressão de que os dois não se suportavam. Há outra interpretação?
Mas a rejeição contra Patrícia estaria baseada exclusivamente na relação tensa com o popular colega de programa? Basta um olhar atento para notar outras motivações.
Pesa contra ela o fato de ter assumido uma atração criada e consolidada por outra apresentadora, Fátima Bernardes. Nas inevitáveis e injustas comparações, Patrícia sempre vai perder.
Outro fator negativo é ser associada a um homem poderoso na Globo, Amauri Soares, com quem foi casada entre 2001 e 2017. Hoje, ele é o principal diretor da emissora. Parte do público e da imprensa enxerga nepotismo, ou seja, favorecimento.
Acompanhamos essa história com outras apresentadoras, a exemplo de Luciana Gimenez, Daniela Albuquerque e Ana Furtado. Ainda que talentosas, foram alvo de menosprezo por quem as viu como privilegiadas e protegidas pelo marido poderoso na TV.
Existe nessa avaliação um bocado de machismo e outro tanto de hipocrisia. Alguém com o objetivo de ter uma carreira consolidada na televisão recusaria o suposto apoio de alguém próximo?
A popularidade de Manoel, visto como ‘vítima’ das interrupções de Poeta, e o contexto racial apontado por alguns ativistas (o coadjuvante negro subjugado), também contribuíram para a depreciação da jornalista.
As pessoas que torcem contra ela não veem, ou fazem questão de não ver, suas qualidades e o esforço em agradar ao público. E provavelmente não consideram o dano emocional provocado por tantas críticas, deboches e ódio gratuito.
Não deve ser confortável estar na pele de Patrícia Poeta hoje. Imagine digitar seu nome no Google e receber tantas manchetes negativas, notar desprezo e escárnio.
Tal aversão pode ser diminuída? Só o tempo vai dizer. Na volta das férias, a apresentadora terá de ser ainda mais forte e resiliente.