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Covid tirou a vida do 1º Jupará de ‘Renascer’, popularizado em ‘Chiquititas’

Gésio Amadeu teve papel valioso na visibilidade a negros na teledramaturgia e recebeu homenagem do ator que herdou seu papel no remake

31 jan 2024 - 18h17
(atualizado às 18h30)
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Após mais de 1 mês hospitalizado, o ator Gésio Amadeu morreu em 5 de agosto de 2020, de falência múltipla de órgãos em consequência da covid-19. 

Um de seus filhos, o produtor e roteirista Mário Amadeu, comentou os últimos momentos de vida do artista. “Meu pai era um cara bem discreto, na dele. Porém, nunca deixou de dar atenção máxima para seus fãs. Até seus últimos dias ele estava lá, pronto para esboçar um sorriso e fazer a vida de alguém mais feliz”, postou na época. 

“Acredito que se perguntássemos para meu pai como ele gostaria de ser lembrado, ele provavelmente diria que prefere como uma última memória seu sorriso pleno, seja em seus infinitos personagens ou nos afazeres de seu dia a dia.” 

O riso foi uma das marcas de Gésio Amadeu na TV, assim como a poesia de seu estilo de atuação. Emprestava doçura aos tipos interpretados nas novelas. Quando possível, acrescentava ainda pitadas de bom humor. 

Foi assim ao viver Jupará na versão original de ‘Renascer’ em 1993. Mesmo rápida, a presença do personagem fez a diferença na trama rural. Antes daquele trabalho, ele havia se destacado em clássicos como ‘Sinhá Moça’ (Globo, 1986) e ‘Os Imigrantes’ (Band, 1981). 

Depois, conheceu a popularidade entre o público infantil ao viver o chef Chico na 1ª versão de ‘Chiquititas’, no SBT, no final da década de 1990. Ganhou uma legião de pequenos fãs que mantiveram o carinho por ele após se tornarem adultos. 

Vinte anos depois, o ator voltou a trabalhar para o telespectador mirim no papel do Tio Barnabé na última temporada do ‘Sítio do Pica-pau Amarelo’, na Globo, substituindo João Acaibe, também vítima do coronavírus. Participou de outras produções importantes no canal, a exemplo de ‘Terra Nostra’ (1999) e Velho Chico (2016). 

O mineiro Gésio Amadeu deu relevante contribuição à luta contra o racismo na teledramaturgia. Furou a bolha várias vezes aproveitando as pequenas oportunidades como coadjuvante para brilhar em cena. Ao longo da maior parte de seus 52 anos de carreira, era impensável ver um preto como protagonista. 

Com a força de seu talento, o artista se tornou referência para diferentes gerações de atores. Discretamente, ajudou a abrir caminho para que hoje as telenovelas tenham elenco com a necessária diversidade racial, representando a riqueza étnica do Brasil, como assistimos agora no remake de ‘Renascer’.

Desta vez, Jupará é vivido pelo ator baiano Evaldo Macarrão. Em seu perfil no Instagram, ele prestou homenagem a Gésio Amadeu. "... com a sua arte fez intervenção necessária para que nós que viemos depois, pudéssemos vê-lo e assim começarmos a sonhar com a possibilidade de ocupar espaços que por toda vida disseram para nós que não podíamos ocupar", escreveu.

Gésio Amadeu começou na TV no final da década de 1960 e trabalhou até pouco antes de ser hospitalizado e morrer
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Foto: Reprodução
O ator fez de papéis coadjuvantes a plataforma para mostrar seu talento e ampliar a importância de negros na teledramaturgia
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Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV
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