Demissão de Tainá Farfan enfraquece CNN após a saída de outras duas apresentadoras
Telejornalismo deve ter dança das cadeiras nos próximos meses em razão da cobertura do governo Lula e das eleições municipais
Com fontes quentes em Brasília, Tainá Farfan se demitiu da CNN Brasil para aceitar convite da Record. Estreia em janeiro como repórter especial nos principais telejornais da casa.
Estava na emissora de notícias do bilionário Rubens Menin desde antes da inauguração em março de 2020. Cresceu diante das câmeras ao ancorar programas e participar de coberturas especiais.
Trata-se da segunda baixa importante na emissora em dezembro. Duas semanas atrás, Luciana Barreto anunciou sua saída. A CNN perderá sua principal apresentadora negra a partir do fim do mês. Meses antes, a TV viu a transferência da principal âncora, Daniela Lima, para a GloboNews.
A contratação de Farfan pela Record indica o interesse da TV do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, em ampliar a cobertura política e a presença nos corredores dos Poderes em Brasília.
O canal sinaliza a intenção de ir além da cobertura burocrática realizada neste primeiro ano do terceiro mandato de Lula na Presidência. Existe o interesse em se aproximar do núcleo duro do governo.
Todas as emissoras precisarão reforçar sua equipe para a cobertura das eleições municipais de 2024, vistas como determinantes para a disputa presidencial de dois anos depois.
Com previsão orçamentária de R$ 647 milhões para gastar com propaganda oficial no próximo ano, o governo federal deve direcionar a maior fatia do bolo às grandes redes de TV.
Record, CNN Brasil, Globo, SBT, Band e Jovem Pan News estão de olho nesse investimento relevante capaz de equilibrar as contas e até aumentar o lucro. Produzir uma cobertura política mais efetiva é uma maneira de se credenciar para receber mais verbas oficiais.
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