Demissões, novela turca, reality flopado e desbolsonarização marcam ano da Record
Apesar das dificuldades, emissora do bispo Edir Macedo termina 2024 com uma boa notícia em relação ao principal concorrente
Dezembro foi um mês de despedidas na Record TV. Dois apresentadores deixaram a emissora: Rodrigo Faro, do ‘Hora do Faro’, após 16 anos no ar, e Rachel Sheherazade, apenas 4 meses depois da estreia do ‘Domingo Record’.
Outros destaques no vídeo, a exemplo dos repórteres Cleisla Garcia e André Azeredo, também foram dispensados. Entre os profissionais de bastidores houve a demissão de produtores, editores e diretores.
A intensa movimentação no RH do canal não foi por simples redução de custos. Quem sai abre vaga para contratações na equipe que fará a transmissão de jogos do Campeonato Brasileiro em 2025.
O investimento na principal liga esportiva do País deve gerar aumento de audiência, assim como ocorre com o SBT em relação à exibição de partidas da Champions League e Copa Sul-Americana. A chegada do locutor e apresentador Cléber Machado fortalece esse núcleo da Record.
Teóricos da televisão afirmam que os eventos esportivos ao vivo serão a tábua de salvação da TV aberta, cada vez mais ameaçada pela expansão dos canais pagos e das plataformas de streaming. Não há como negar.
No jornalismo, a emissora teve maior isenção. Aparentemente, cortou de vez os laços de simpatia com o bolsonarismo. Seu principal telejornal, o ‘JR’, é uma fonte cada vez mais confiável de informação. Ressalte-se que toda TV comercial tem dono, e todo dono impõe seus interesses de acordo com as mudanças de ventos na política.
No campo do entretenimento, o canal da Barra Funda lidou com uma ótima notícia e outra, péssima. A novela turca ‘Força de Mulher’ surpreendeu no Ibope. Está com média de 7 pontos e costuma ser a atração mais vista na programação. Deve manter o índice relevante até o último capítulo, em julho.
Já seu principal reality show, ‘A Fazenda’, fracassou em sua 16ª edição – monótona, agressiva e sem emoção por ter campeão antecipado (o ator Sacha Bali). Terminou com média de 5,8 pontos, a mais baixa desde sempre.
Salvou-se a apresentadora Adriane Galisteu, cada vez mais à vontade e carismática no posto. Outra estrela da casa, Ana Hickmann, renovou o contrato após longa boataria. Merece mais espaço na grade. O ‘Hoje em Dia’ é pequeno para ela.
Entre altos e baixos, a Record fecha o ano ainda na vice-liderança no Ibope, com distância confortável do SBT. Uma das poucas expectativas sobre 2025 é a série ‘Paulo, o Apóstolo’, de Cristiane Cardoso. Focada em textos bíblicos, a teledramaturgia original do canal gera pouca repercussão na imprensa e nas redes sociais, uma falha perigosa a qualquer TV.