Demitidos da Globo demonstram mágoa, atacam o canal e fecham as portas
Atores reagiram à política de não renovação de contratos e fizeram críticas à emissora que os tornou famosos
“Rede Esgoto de Televisão” foi a maneira como Rafael Cardoso se referiu a Globo, onde trabalhou de 2007 a 2023, sendo protagonista em algumas novelas. Ele criticou a maneira positiva como o jornalismo do canal retrata o SUS. Por trás da hostilidade parece existir rancor.
Não apenas por ter sido dispensado, de acordo com a política de redução de contratos longos, mas também pelos conflitos com a ex-sogra, Sonia Bridi, uma das mais respeitadas jornalistas da emissora, com quem teve atritos que os levaram à Justiça.
O ataque contra o antigo empregador, que rendeu ao artista um bom salário e valioso status, deve fechar definitivamente as portas a ele. A Globo raramente releva esse tipo de depreciação da parte de ex-funcionários. Rafael Cardoso não está sozinho nessa posição. Outros famosos se tornaram grandes desafetos do canal.
Pedro Cardoso, por exemplo, se mostrou indignado com uma divulgação no Globoplay. “O apagamento da minha figura no cartaz promocional de ‘A Grande Família’ não é acidental. É determinação de me apagar da história. Patético”, afirmou. “Quem ficou rico com o Agostinho foi a Rede Globo.”
Ativista de esquerda, o ator disse ao UOL ter virado “inimigo total” da emissora por suas críticas. “Para comparecer aos programas da Globo tem que ser ideologicamente submisso (a ela)”, declarou.
Em conversa com a Revista Fórum, o ator confessou sentir “absoluta mágoa” pelo canal da família Marinho. “Não pela maneira como saí, a minha mágoa é contra o poder. A TV Globo não tem abertura para o projeto de um ator”, explicou. “Eu me queixo até hoje da TV Globo em relação a isso com o resultado econômico que eu trouxe para ela. Ela tinha o dever social de ter se interessado pelo meu universo criativo.”
Galã de novelas do canal nas décadas de 1980 e 1990, Mário Gomes hoje é um anti-Globo radical. “Estou fora da Globo, graças a Deus”, disse no podcast Papagaio Falante. “Não preciso me envolver com a emissora. Vejo meus colegas praticamente obrigados a apoiar a Globo.”
O último trabalho dele no canal foi a novela ‘Tempo de Amar’, de 2018. Seu distanciamento foi consequência da militância pela direita, enquanto a TV líder em audiência é associada ao progressismo, especialmente em relação aos costumes.