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Diretor dos Jogos Olímpicos nega referência à "Última Ceia" na cerimônia de abertura

Extrema direita acusou organização do evento de fazer paródia do cristianismo com drag queens

28 jul 2024 - 15h56
(atualizado às 16h08)
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Foto: X/Olympic Games / Pipoca Moderna

Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, negou ter parodiado a "Última Ceia", famoso quadro de Leonardo Da Vinci, ou feito referências ao cristianismo no espetáculo. Jolly declarou: "Nunca encontrará da minha parte nenhum desejo de zombar, de diminuir nada. Quis fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Também que reafirmasse os valores de nossa República", referindo-se ao lema liberdade, igualdade e fraternidade, em entrevista ao canal BFMTV.

Reações à cena

Na seção chamada de "festividade" da abertura, pessoas com roupas extravagantes, entre elas drag queens, surgiram diante de uma longa passarela/pista de danças, numa imagem que supostamente evocava a "Última Ceia". Havia um equipamento de DJ em cima da passarela e a DJ Barbara Butch, ao centro, com um adereço similar a uma auréola, fazendo um sinal de coração com as mãos.

A Conferência Episcopal Francesa (CEF) condenou a cena, considerando-a uma "zombaria do cristianismo". A extrema direita francesa fez coro e chamou a referência ao quadro do pintor italiano como uma blasfêmia pela presença de drag queens. Ignorando o fato de a famosa pintura ser secular, uma vez que criada sob encomenda para o refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie em Milão, e não como um objeto de culto religioso, além da constatação de que Da Vinci era gay segundo seus biógrafos, o discurso de ódio foi compartilhado pela direita mundial, inclusive por Elon Musk e os de sempre no Brasil.

Não era a Última Ceia

Entretanto, Thomas Jolly ressaltou que a "Última Ceia" não foi sua inspiração: "A ideia era mais fazer um grande festival pagão conectado com os deuses do Olimpo…Olimpismo… Olimpíadas".

A referência real deveria ter ficado clara com a chegada de Dionísio/Baco na cena, numa homenagem ao deus greco-romano do vinho e das festas, que também serviu como representação simbólica da França como país do vinho e das festas. Sua presença fazia ligação, aí sim, com uma pintura famosa: A Festa dos Deuses, do holandês Jan Van Bijlert.

"A interpretação do deus grego Dionísio nos conscientiza do absurdo que é a violência entre seres humanos", ressaltou em tempo real o perfil oficial dos Jogos Olímpicos no X, numa mensagem que deveria dissipar qualquer confusão com o cristianismo.

Mas acham que a presença de Dionísio, todo azul, mudou a percepção de quem protestava? Pelo contrário, ele foi confundido com Jesus Cristo e o evento acusado de cristofobia pelos mais radicais - e ignorantes. Novamente, os de sempre no Brasil.

Foto: Reprodução / Pipoca Moderna
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