Do início ao fim, vilãs roubaram a atenção dos noveleiros
Relação dramática entre Laureta e Karola preenche o desfecho de uma trama esvaziada de expectativa
Como tem acontecido regularmente, a maldade ofuscou o bom mocismo em "Segundo Sol". As histriônicas Laureta (Adriana Esteves) e Karola (Deborah Secco) desviaram os holofotes da heroína injustiçada Luzia (Giovanna Antonelli).
Entre idas e vindas com rompantes de ódio e amor, e generosa dose de ambiguidade, as víboras se mostraram mais interessantes do que a marisqueira-dj.
Nos capítulos finais, o protagonismo está com as duas: juntas, vão fazer um derradeiro movimento contra Luzia, a mulher mais perseguida do mundo. O desfecho, imagina-se, será trágico para as antagonistas.
"Segundo Sol" foi uma novela irregular, que exigiu dose extra de complacência do telespectador em razão de seu roteiro cheio de soluções fáceis, às vezes confusas, e pouco críveis. Entreteve, mas não despertou a paixão do público nem suscitou eco nas redes sociais.
As atuações vigorosas de Adriana Esteves e Deborah Secco suplantaram os problemas da trama. Duas atrizes que se atiram despudoramente e, ao mesmo tempo, têm controle cirúrgico do que produzem.
A ligação patológica entre as personagens sempre esteve no radar do público e da crítica de TV. Houve rumores de que seriam amantes. Depois, falou-se que eram irmãs.
Por fim, o autor João Emanuel Carneiro decidiu transformá-las em mãe e filha, e esforçou-se para explicar em algumas cenas a diferença de idade que gera um conflito entre a primeira e a segunda fases.
Caberá às onipresentes Laureta e Karola conduzir os dois últimos capítulos de um folhetim que não tem mais mistérios a serem revelados.
A cansativa perseguição a Luzia e Beto (Emílio Dantas) vai se arrastar mais um pouco, embalada pelo desamor extremo que move as vilãs.
Tomara que as peçonhentas tenham desfecho apoteótico, pois suas dedicadas intérpretes fizeram por merecer um ‘grand finale’.
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