Doc revela a dor de George Michael por esconder que era gay no auge do Wham!
Estilista brasileiro vítima da Aids foi o grande amor da vida do cantor de ‘Freedom’
Dois filhos de imigrantes se tornam amigos numa sala de aula na Inglaterra da década de 1970. A paixão pela música os faz criar uma das duplas de maior sucesso do pop em todos os tempos.
Lançado no início de julho na Netflix, o documentário ‘Wham!’ traz George Michael e Andrew Ridgeley narrando a ascensão meteórica ao sucesso, os conflitos na carreira, a relação de extrema cumplicidade e a separação consensual apenas 3 anos após atingirem o topo das paradas de sucesso.
Um recorte interessante da produção é a luta interna de George pela autoaceitação como homossexual. Ele quer viver livremente seu desejo ao mesmo tempo em que precisa mantê-lo em segredo para não decepcionar milhões de fãs nem arriscar ter a carreira arruinada pela homofobia na indústria da música e na sociedade em geral.
Cenas de entrevistas da época mostram o constrangimento do jovem artista ao ser questionado sobre a relação com as mulheres. Belo, carismático e sensual, estimulava a fantasia das adolescentes enquanto se sentia solitário e temeroso de ter o segredo descoberto pela imprensa.
Hétero, Andrew era o ‘pegador’ da dupla. Os tabloides de fofocas e as revistas de celebridades estampavam na capa seus namoros e pequenos escândalos sexuais. De certa maneira, George se preservou usando de escudo a superexposição da intimidade do amigo e parceiro musical.
Após várias músicas alcançarem o 1º lugar nas rádios, o Wham! chegou ao fim em 1986. Paralelamente, George já tinha uma carreira solo. Ele foi se declarar gay somente em 1998, ao canal CNN, depois de ser preso ao convidar um policial à paisana para fazer sexo em um banheiro público em Los Angeles.
O grande amor da vida de George Michael foi Anselmo Feleppa, um estilista brasileiro que ele conheceu no Rock in Rio II, em 1991. Paixão à primeira vista. Poucos meses depois do início do namoro secreto, o design de moda recebeu o diagnóstico de HIV. Morreu da doença em março de 1993.
A perda deixou o pop star devastado. O próprio artista confirmou a história no documentário ‘George Michael Freedom Uncut’, lançado em 2022. Em 25 de dezembro de 2016, ele foi encontrado sem vida aos 53 anos. A autópsia indicou problemas cardíacos e hepáticos como causa da morte.