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Em 2017, TV deu um recado à internet: eu ainda sou influente

Boa parte do conteúdo repercutido em sites e redes sociais sai da boa e velha televisão

31 dez 2017 - 14h49
(atualizado às 14h50)
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Novelas, ‘Big Brother Brasil’, destaques dos telejornais, ‘MasterChef Brasil’, manchetes de programas de fofocas, imagens de transmissões de futebol, entrevistas reveladoras...

O que seria dos principais portais de notícias do País e de redes sociais como o Facebook sem o material gerado pelas emissoras de TV?

A internet se alimenta daquilo que é produzido por Globo, RecordTV, SBT, Band, RedeTV! e demais canais abertos e de sinal fechado.

Não dá para imaginar a web sem o substancioso conteúdo visualizado diariamente nos mais de 200 milhões de aparelhos de TV existentes no Brasil – um para cada habitante.

Bibi Perigosa (Juliana Paes), de ‘A Força do Querer’; William Bonner e Renata Vasconcellos, do ‘Jornal Nacional; e Paola Carosella, do ‘MasterChef Brasil’: a TV pauta a internet
Bibi Perigosa (Juliana Paes), de ‘A Força do Querer’; William Bonner e Renata Vasconcellos, do ‘Jornal Nacional; e Paola Carosella, do ‘MasterChef Brasil’: a TV pauta a internet
Foto: Divulgação/TV Globo, Reprodução/Facebook @jornalnacional e Reprodução/Facebook@masterchefbr / Sala de TV

A teoria de que a internet iria ‘matar’ a televisão se mostra ingênua. Até porque o alcance da internet ainda está longe de superar o da TV.

De acordo com o NIC.br, braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 61% dos habitantes com mais de 10 anos têm acesso à internet.

Em relação aos domicílios, 54% possuem conexão; o IBGE tem outro índice: 63%. Já a televisão está presente em 97% das casas brasileiras. Alguma dúvida de que o poder de influência da TV ainda é imensurável?

Alguns detratores recorrem a um argumento frágil – as redes sociais elegeram Barack Obama nos Estados Unidos – na tentativa de desqualificá-lo enquanto maior veículo de massa.

Obviamente, a mobilização online é cada vez maior, mas, no Brasil, a força da TV ainda sobrepõe à da internet no caso de uma eleição, por exemplo.

Prova disso são as negociações ideologicamente promíscuas que a maioria dos partidos faz na ânsia de ter mais tempo na propaganda eleitoral obrigatória exibida em horário nobre para milhões de telespectadores.

Os políticos usam a TV para promover as próprias biografias e desconstruir os oponentes. Sem a televisão, o que seria das campanhas? Ninguém se elege apenas com posts patrocinados e o uso de ‘fake news’.

Em 2016, o telejornalismo foi destaque absoluto. Já este ano a teledramaturgia reagiu.

Novelas como ‘A Força do Querer’ e ‘O Outro Lado do Paraíso’ bateram recordes de audiência e suscitaram discussões na sociedade, amplamente ecoadas nas redes sociais.

Falou-se de transexualidade, homofobia, glamourização do crime, vício em jogo, violência doméstica e outros temas relevantes pouco abordados nas conversas em família e nas escolas.

Criticada e desprezada por tantos, a TV é necessária por ser um espelho do que é o Brasil. Seja por meio do jornalismo ou das obras de ficção, o veículo nos faz encarar a realidade de um País complexo.

A gente se vê no melhor e no pior exibido na tela. Enquanto isso, as redes sociais são contaminadas por ações extremas: milhões de internautas produzem vidas absolutamente falsas, a fim de impressionar os seguidores, ou disseminam ódio e preconceitos.

Não há dúvida: a internet é o presente e o futuro. Mas pode-se afirmar que não vai destruir a televisão tão cedo.

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