Em 2022, Globo terá de renegociar com Faustão, RC e Galvão
O desafio é manter artistas com salários milionários e, ao mesmo tempo, pensar na sucessão deles
Este ano, a Globo promoveu profunda mudança na política de contratos a fim de reduzir custos. Artistas veteranos com décadas de vínculo foram dispensados. Há previsão de que nos próximos meses outros atores, jornalistas e apresentadores não tenham o compromisso renovado.
Nos bastidores da emissora carioca já se comenta a respeito de 2022, ano de expiração de contratos com vários ‘medalhões’ — personalidades de vídeo consideradas insubstituíveis no elenco. A cúpula da Globo terá de ser hábil nas negociações.
Alguém imagina a programação do canal sem Faustão, Galvão Bueno e Roberto Carlos? Os três se inseriram no DNA da TV líder em audiência. Garantem audiência, atraem anunciantes e geram boa repercussão na imprensa e nas redes sociais. Não existe consenso a respeito de possíveis sucessores.
O apresentador do ‘Domingão’, o mais midiático narrador esportivo da televisão e o ‘rei’ da música romântica estão entre os 10 maiores salários da Globo. Comenta-se que os rendimentos de Fausto Silva chegam a R$ 5 milhões por mês. Os de Galvão, a R$ 1,5 milhão. Roberto Carlos receberia R$ 10 milhões por ano para ser exclusivo do canal, onde faz um único especial no período, sempre em dezembro.
Do trio, Faustão é por quem a emissora criou mais dependência. Exímio negociador, ele leva à empresa grandes campanhas publicitárias e mantém liderança confortável em relação aos concorrentes diretos RecordTV e SBT. Em tempos de crise econômica, sua saída produziria queda relevante no faturamento e um risco no Ibope.
Por outro lado, a Globo não pode ser refém de determinados contratados, e se vê obrigada a projetar o futuro. Fausto está com 70 anos, a mesma idade de Galvão. RC completará 80. Ainda que demonstrem vigor físico e vontade de continuar a trabalhar, a emissora precisa planejar o cenário sem eles. Cedo ou tarde, a renovação será necessária.