Em 'Viver a Vida', Michel Gomes foge do estereótipo de marginal
- Manoela Reis
- Direto do Rio
Seria um crime Michel Gomes representar mais um bandido. E ele entrou em Viver a Vida para provar que não sabe apenas interpretar marginais. Já na reta final do folhetim da Globo, o ator, que vive o educado Paulo, irmão da modelo Helena, de Taís Araújo, considera que alcançou seu objetivo. "Não é só porque vim de uma comunidade, virei ator em um grupo de teatro de uma comunidade e sou negro que só posso fazer bandidos", desabafou ele, que no cinema viveu o traficante Bené em Cidade de Deus e o assaltante Sandro em Última Parada 174. "Agora faço um menino inteligente, de família e educado. É uma prova de que o verdadeiro ator não se prende a rótulos", analisou. Mas Michel não se satisfez completamente com seu personagem. Apesar de ser diferente, Paulo não teve grandes conflitos na trama de Manoel Carlos e segue em um marasmo cada vez maior. "Sinto falta de carga dramática no meu personagem. Eu podia mais, mas acabou não acontecendo", lamentou. Mas, com aproximadamente dois meses de folhetim pela frente, Michel já palpita um fim para seu personagem. "Quero ele volte com a Soraia. Ela gosta dele e só está atrás do Garcia por dinheiro", opinou, se referindo aos personagens de Nanda Costa e Mario José Paz.
Nome: Michel de Souza Gomes
Nascimento: 4 de fevereiro de 1989, em Padre Miguel, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O primeiro trabalho na TV: o Paulo de Viver a Vida, da Globo.
Interpretação memorável: "A cena do Selton Mello, que vivia o João no filme Meu nome não é Johnny, no tribunal quando assume ser traficante. Acho emocionante. Procuro sempre acompanhar o trabalho do Selton".
Um momento marcante na carreira: "Quando fui escalado para fazer a novela. Fiquei feliz demais".
Sua atuação inesquecível: Como o Sandro de Última Parada 174, filme de Bruno Barreto.
Ao que gosta de assistir: Caldeirão do Huck, programa da Globo, e filmes.
Ao que nunca assistiria: Programas de fofoca. "Acho que existem coisas mais agradáveis de se fazer do que ficar sabendo da vida pessoal de celebridades".
O que falta na televisão: "Nada. Qualquer canal que você procurar está falando sobre tudo".
O que sobra na televisão: "Reality shows. Existem coisas melhores para colocar na TV".
Ator: Selton Mello.
Atriz: Lília Cabral.
Com quem gostaria de contracenar: Selton Mello, Wagner Moura e Lázaro Ramos.
Papel mais difícil de compor: Sandro, protagonista do filme Última Parada 174, de Bruno Barreto.
Papel que gostaria de interpretar: "Um personagem cego".
Se não fosse ator, o que seria: "Eu tinha dois sonhos. Um de servir a Marinha e outro de ser ator. Acho que fiz uma boa escolha", contou às gargalhadas.
Com quem gostaria de fazer um par romântico: "Beatriz Lemos. Minha namorada que é atriz também".
Novela preferida: Porto dos Milagres, de Aguinaldo Silva, exibida pela Globo em 2001.
Melhor trilha sonora de novela: Laços de Família, novela de Manoel Carlos exibida pela Globo em 2000.
Livro de cabeceira: O Segredo, de Rhonda Byrne, e os livros do Paulo Coelho.
Autor favorito: Manoel Carlos e Glória Perez.
Diretor favorito: Jayme Monjardim e Wolf Maia.
Novela que gostaria que fosse reprisada: Porto dos Milagres, de Aguinaldo Silva, exibida pela Globo em 2001.
Mania: Comer sorvete. "Uma mania fora do sério. Toda hora eu quero comer sorvete", admitiu.
Vexame: "Eu estava gravando uma cena do Última Parada - 174 no Jardim Botânico. Na hora do intervalo, sentei para descansar um pouco. Nisso, veio uma senhora e me bateu com um guarda-chuva. Eu não sei o que passou na cabeça dela, mas devia estar achando que eu realmente era o Sandro".
Projeto: "Pretendo fazer faculdade de cinema. Tenho muita vontade de dirigir para o cinema também. Além disso, escrevo e guardo o que acho bom para um dia montar uma peça ou um filme".