Emiliano Queiroz, ator de "O Bem-Amado" e "Alma Gêmea", morre aos 88 anos

O ator Emiliano Queiroz, que ficou marcado no papel de Dirceu Borboleta na novela clássica "O Bem-Amado", faleceu nesta sexta-feira (4/10) aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O artista havia colocado três stantes no coração e passou 10 dias internado na Clínica São Vicente da Gávea. Ele teve alta médica na quinta-feira (3/10) e foi para casa.

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O produtor Eduardo Barata informou ao G1 que Queiroz acordou por volta das 4h30, tomou banho e começou a passar mal. O ator foi levado de volta para o hospital na zona sul, mas sofreu uma parada cardíaca. Ele foi reanimado, entubado e morreu horas depois.

Carreira de Emiliano Queiroz

Emiliano Queiroz demonstrava talento para a dramaturgia desde criança, quando brincava de fazer teatro para os adultos em Aracati, sua cidade natal, no litoral do Ceará. Com 4 anos, ele confirmou a vocação depois de assistir "O Mártir do Gólgota" na companhia do próprio pai.

A partir daí, Queiroz entrou no grupo teatral de sua escola para afinar seu conhecimento. Aos 14, ele já atuava no Teatro Experimental de Arte em Fortaleza e, dois anos depois, estava trabalhando no Ceará Rádio Clube.

O artista estreou na TV Globo em 1965, logo após a emissora comprar a TV Paulista, onde ele já trabalhava anteriormente. Pouco depois, começou a atrair holofotes com sua participação brilhante em "Eu Compro Esta Mulher" (1966), e até apanhou na rua por interpretar um vilão nazista em "O Sheik de Agadir" (1966).

Ao todo, o artista trabalhou em inúmeras novelas, filmes e peças teatrais, além de minisséries e projetos especiais na TV brasileira. Contudo, ele ficou gravado no imaginário popular com seu personagem Dirceu Borboleta, na novela "O Bem-Amado" (1973). O personagem era o assistente gago do prefeito picareta Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), que tinha o hobbie de caçar e colecionar borboletas. A novela foi um dos maiores sucessos da história da Globo e acabou rendendo uma série em 1980, que durou cinco temporadas com o mesmo elenco. Depois disso, Emiliano ainda reproduziu o papel na "Escolinha do Professor Raimundo".

Queiroz também fez sucesso com o personagem Tio Biju na trama de "Cambalacho" (1986) e surpreendeu no papel do Tio Bernardo em "Alma Gêmea"(2005). Seus trabalhos mais recentes foram "Espelho da Vida" (2018), "Éramos Seis" (2020) e, por fim, "Além da Ilusão" (2022).

Em 2022, Emiliano Queiroz chegou a comemorar seus 70 anos de carreira com uma entrevista concedida ao "Conversa com Bial", onde relembrou diversos momentos que ficaram marcados em seu coração ao longo dos anos.

Ele deixa a esposa Maria Letícia, com quem criou 14 filhos, além de 8 netos e 3 bisnetos.