Escalada para ser veterinária, atriz vira policial em novela
Certas mudanças em Vitória caíram como uma luva para Karen Marinho. Logo de início, ainda na fase de testes para compor o elenco, a intérprete da policial Katia entraria no ar com uma diferente função, sendo uma das veterinárias da trama.
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Surpreendida com o convite da equipe de produção para encarnar um tipo oposto ao anterior, Karen minimiza as alterações e faz um balanço positivo sobre a modificação de personagem. "Cheguei até a fazer workshop e estava envolvida. Mas foi bom porque sou tão viciada em séries policiais que tenho até um caderno com tudo a que já assisti e as datas com as futuras temporadas", conta ela, referindo-se, principalmente, às produções americanas Law & Order e Blue Bloods.
No desenrolar dos capítulos, Katia se mostra como uma das peças-chave para desvendar o mistério que ronda o grupo de neonazistas da trama. Braço-direito da delegada Sabrina, de Rafaela Mandelli, a moça ganha traços de uma idealista que quer acabar com as vilanias da gangue.
Para Karen, a responsabilidade só aumenta por estar inserida em um dos núcleos mais decisivos da trama. "Já gravamos com 25 pessoas em cena. O ambiente é importante, pois diversas histórias paralelas se resolvem na delegacia", valoriza.
Mesmo com a carga intensa das sequências, Karen minimiza a dramaticidade através do clima descontraído dos bastidores. Colecionando dicas de veteranos, como Jonas Bloch, que interpreta Ramiro, um delegado corrupto, a atriz recorda os improvisos antes das gravações para dar um tom mais leve diante das câmaras. "Outro dia, começamos a falar com sotaque mineiro, em total clima de descontração. Sou a mais nova dali, mas todos são unidos", elogia.
Na ânsia de moldar uma personagem sem contornos caricatos, Karen foi detalhista no seu processo de composição. Transitou em uma das delegacias da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para conhecer mais de perto profissionais da área. "É bom para ver a realidade e não criar algo grosseiro. Em cada unidade, o chefe pode exigir de uma forma, mas o comportamento, no geral, é o mesmo", opina.
Além do contato, ao vivo, a atriz expandiu sua intimidade com seriados policiais e descobriu novas produções para possuir um maior leque de referências. "Estou vendo a série Operação Policial, mas não é ficção. É um programa que mostra a realidade da rotina de policiais no Rio de Janeiro", explica.
Natural do Rio de Janeiro, a atriz de 23 anos já demonstrava desde criança vocação pela carreira artística. Por isso mesmo, seus pais a colocaram em cursos livres de teatro. Mas ela teve de esperar para ingressar nas leituras dramatúrgicas.
"Ainda nem era alfabetizada quando entrei, mas queria trabalhar em peças e não ficar somente nas brincadeiras", recorda. Com uma carreira estável na Record, Karen acumula papéis de destaque, como a vilã Isabela de Luz do Sol, de 2007, e a tímida Cilene de Rebelde, de 2011.
Ambientada com o vídeo desde cedo, quando estreou no Sítio do Picapau Amarelo, na Globo, em 2005, a atriz enaltece o contato dinâmico proposto pela televisão. "Gosto da correria e de fazer várias cenas em um único dia. Fico angustiada quando pego um roteiro em que não gravo", confessa.