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"Estou madura", diz Marina Ruy Barbosa sobre cenas sensuais

No ar em ‘Império’, atriz reforça fase mais adulta com cenas de lingerie

22 set 2014 - 13h30
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O jeito sereno e suave de menina contrasta com a maturidade com que Marina Ruy Barbosa enxerga a carreira. Na pele da doce Maria Isis em Império , a jovem de 19 anos se mostra avessa a qualquer tipo de vaidade e evidencia seu profissionalismo através de seu discurso mais independente e um olhar maduro. "Encaro minha profissão como qualquer outra. Tenho horários e deveres a cumprir. A diferença é que estou mais exposta. Não me deslumbro. A fama é uma consequência porque faço televisão", ressalta a atriz, que estreou na tevê em Sabor da Paixão , aos 7 anos.

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Para Marina, o trabalho em Império marca um novo começo em sua trajetória, bastante pautada por papéis ligados ao universo infantil. Além de estar diretamente ligada ao núcleo principal com Alexandre Nero e Lília Cabral, que vivem José Alfredo e Maria Marta, a atriz fez seu "debut" em cenas mais sensuais. "Era algo que iria acontecer naturalmente. Não dá para pular etapas. Quando recebi o convite do Aguinaldo, sabia que era o momento certo. O papel veio em um período em que estou mais madura e preparada", aponta.

As comentadas sequências de lingerie da personagem de Marina rendem à atriz diversas abordagens nas ruas por parte da ala masculina do público. Ainda assim, ela acredita que todos os comentários são respeitosos e até divertidos. ''Me chamam de 'sweet child' e falam do Comendador. Talvez, por eu ter crescido no vídeo, as pessoas tendem a ter um cuidado e respeito maior. Na verdade, é um sinal de que a personagem está pegando", afirma.

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Ao longo dos seus 12 anos de carreira, Marina já coleciona nove novelas em seu currículo. Mas alcançou repercussão ao dar vida à chorosa Sabina de Belíssima , de 2005. Apesar das feições angelicais e da pouca idade, a atriz sempre manteve o foco em busca de papéis diversificados na TV. "Quero trabalhos que me instiguem e me façam crescer. Sou tão nova ainda, tenho tanto a aprender e tantas pancadas da vida para levar. Quanto mais diferente for, melhor", explica ela, que almeja interpretar uma protagonista. "Um papel principal sempre é bem-vindo, mas evito rotular meus trabalhos. Quero estar preparada para quando esse momento chegar", completa.

Em "Império", Maria Isis é a amante do comendador. Você chegou a temer algum tipo de rejeição por conta do perfil da personagem?

Marina Ruy Barbosa:

Não cheguei a temer. Mas fiquei muito contente e me surpreendi com a repercussão do casal. Acredito que Isis não caiu no papel de amante. O Aguinaldo construiu uma personagem que é pautada pela boa índole. Não é aquele estereótipo de amante interesseira. Na verdade, todas essas características estão com a própria esposa do comendador, a Maria Marta.

Sua personagem é a tradicional jovem mantida pelo amante em uma relação de domínio psicológico e material. Um arquétipo muito presente na literatura, como no clássico "Lolita", de Vladimir Nabokov. Quais foram as referências mais importantes no processo de composição para a Maria Isis?

M.R.B.: Busquei seguir a linha que o Aguinaldo e o Rogério Gomes (diretor) pediram para mim. A ideia era construir uma garota romântica e doce. Totalmente fora do estereótipo da periguete. A sensualidade da Isis tinha de ser natural. Procurei inspiração em filmes como Lolita , Beleza Americana , Beleza Roubada e Tudo Pode Dar Certo . Também fiz um ''workshop'' com o preparador Eduardo Milewicz. Trabalhamos a espontaneidade, naturalidade da personagem e um maior entrosamento com o Alexandre Nero. Nessa novela, também contei com a ajuda de uma psicanalista.

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

O que a levou a buscar esse tipo de auxílio?

M.R.B.: Precisava de um tom mais realista. Ela me ajudou a traçar todo o perfil da personagem e me mostrou o que era crível de acontecer dentro do universo dela. Ela detalha as cenas comigo e me explica cada reação da Maria Isis. Às vezes, gravo cerca de 30 cenas por dia e é preciso cuidado para não fazer de qualquer jeito ou até muito parecido porque são sequências semelhantes. Ela está me ajudando também a compreender as mudanças da personagem ao longo da trama. É bom ter alguém que entende dos dramas humanos para me guiar durante a novela.

Maria Isis aparece em diversas cenas de roupas curtas ou de calcinha e sutiã. Você se sente confortável com a exposição do seu corpo?

M.R.B.: Sim. Foi bem tranquilo. Logo no meu primeiro dia de gravação, eu já tinha sequência de lingerie para fazer. Desde o começo, já sabia que iria ter isso. Cenas mais quentes fazem parte do relacionamento dos dois. Faz parte da história. Não são cenas gratuitas. Não é algo aleatório. Me senti confortável exatamente por isso, porque são cenas coerentes. Confio muito na equipe do Rogério Gomes. Foi minha estreia no ''babydoll'', mas foi tranquilo (risos).

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Sua personagem em "Império" marca sua transição entre tramas mais infantojuvenis para histórias adultas. Como encara essa mudança?

M.R.B.: É muito bacana. Dá para perceber que a personagem tem muito mais poder de decisão e influência na história. É normal que as personagens amadureçam comigo e seus problemas dentro da trama se tornem mais instigantes. A Maria Isis, por exemplo, é de um universo totalmente diferente do meu. Isso é muito bom para o público distanciar a Marina da personagem.

Mas você chegou a fazer papéis fora da sua faixa etária. A Juliana de Amor Eterno Amor era estagiária de jornalismo, por exemplo. Teve a impressão de que seus papéis amadureceram antes de você?

M.R.B.: Alguns sim. Isso que é o bacana na nossa profissão. A ideia de ser ator é passar uma verdade e uma naturalidade que não são comuns em seu dia a dia. É criar um novo universo para o público.

Você começou na tevê com 7 anos. Chegou a temer aquela fase em que não se encaixaria em papéis nem adultos e nem infantis?

M.R.B.: Claro que tive. Porque eu amo o que faço e nunca quis parar. Por isso, busquei ser responsável ao máximo. Sempre levei meu trabalho muito a sério. Sempre consegui fazer bons papéis e os trabalhos foram fluindo para mim. Nunca fiquei um ano parada.

Estar no vídeo é quase como uma necessidade para você, então?

M.R.B.: Não foi uma busca minha. Foi acontecendo. Logo depois de Belíssima, assinei contrato com a casa. Tive sorte de ser chamada para vários trabalhos depois disso e caber nos perfis dos personagens propostos.

Nos últimos anos, você tem trabalhado mais a partir de convites. Como isso influencia na sua vaidade profissional?

M.R.B.: Sou muito pé no chão e, principalmente, insegura com meu trabalho.

Mesmo depois de tantos papéis de destaque?

M.R.B.: Sim. Ainda estou em uma fase de aprendizado e não sou nem um pouco vaidosa. Me dedico para fazer tudo da melhor forma possível. É muito bom saber que as pessoas gostam do meu trabalho. Mas também estou aberta para testes. Testes acontecem o tempo todo durante a própria novela.

O fato de estar sempre no vídeo faz com que você não tenha muito tempo para fazer cursos e experimentar outras mídias. Sente falta de uma formação mais acadêmica na sua carreira?

M.R.B.: Eu acho que aprendi muito fazendo. Acho válido qualquer tipo de conhecimento. Aprendi muito dentro da própria emissora ao longo do meu dia a dia. Mas é claro que preciso me aperfeiçoar mais. Passei no vestibular para Comunicação Social e queria fazer Cinema, mas não pude cursar por conta dos meus compromissos com a emissora. Não tenho a base de uma CAL ou um Tablado (famosos cursos de Artes Cênicas do Rio de Janeiro). Mas cheguei a fazer curso de teatro de bairro. Como sempre fiz novela e tinha de estudar para passar nas provas da escola, o tempo era muito escasso. Agora estou aprendendo a respirar e quero dar vazão a esses outros objetivos. De uns tempos para cá, aprendi a não me cobrar tanto, no sentido de escolher, saber que eu não posso fazer tudo ao mesmo tempo.

Trajetória Televisiva

Sabor da Paixão (Globo, 2002) - Marie.

Começar de Novo (Globo, 2004) - Aninha.

Belíssima (Globo, 2005) - Sabina.

Sete Pecados (Globo, 2007) - Isabel.

TV Globinho (Globo, 2009) - apresentadora.

Tudo Novo de Novo (Globo, 2009) - Bia.

Escrito nas Estrelas (Globo, 2010) - Vanessa.

Morde & Assopra (Globo, 2011) - Alice.

Amor Eterno Amor (Globo, 2012) - Juliana.

Amor à Vida (Globo, 2013) - Nicole.

Império (Globo, 2014) - Maria Isis.

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias
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Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

 

Fotos: TV Globo/Divulgação

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