Êta Mundo Bom e SPTV 2ª edição lideram audiência na TV
Na semana passada, a liderança no ranking de audiência em São Paulo, principal praça de aferição do Ibope, foi dividida entre uma novela das 18h e um telejornal local.
Uma situação inusitada considerando-se que o principal noticiário do país, o Jornal Nacional, e o folhetim das 21h da Globo - faixa atualmente ocupada por Velho Chico - eram insuperáveis até pouco tempo.
Entre os dias 11 e 16 deste mês, a novela Êta Mundo Bom e o SPTV 2ª edição empataram com média de 29.7 pontos. Cada ponto representa 69 mil domicílios e 200 mil telespectadores na região metropolitana de São Paulo.
Ou seja, quase 6 milhões de paulistanos acompanharam, todas as noites, a trama caipira escrita por Walcyr Carrasco e as notícias transmitidas pelo âncora Carlos Tramontina para a área da capital paulista.
Velho Chico registrou no período 28.2 pontos, seguido da produção das 19h, Haja Coração (27.4 pontos), e do Jornal Nacional (26.2 pontos).
Humor brejeiro e notícias da esquina
Na média geral, desde a estreia em janeiro até a semana passada, Êta Mundo Bom está com 26 pontos de média no Ibope. É o melhor desempenho às 18h desde Cordel Encantado, exibida em 2011. Seu recorde foi 33 pontos num capítulo transmitido no início deste mês.
O sucesso da novela reforça o estereótipo do telespectador de ficção que liga a TV no início da noite: deseja uma trama leve, sem abordagem de temas polêmicos, com muito humor escapista e personagens maniqueístas - bom é bom, mau é mau. A receita parece simples, mas é uma das mais difíceis em teledramaturgia. Requer domínio absoluto do ofício.
De janeiro a junho, o SPTV 2ª edição acumula média de 27 pontos - já chegou a marcar 34. A explicação para tamanho êxito está no interesse do telespectador pelo que acontece à sua volta: na rua, no bairro, na região.
Um jornalismo que reflete seus medos, suas reivindicações. O que acontece logo ali, na esquina, parece mais relevante do que os escândalos de Brasília e o noticiário internacional.