Excesso de erros técnicos distancia GloboNews do padrão Globo de qualidade
Canal de notícias líder de audiência no segmento de notícias da TV paga chama atenção pela reincidência de falhas ao vivo
No ‘Edição das 18h’ de quinta-feira (26), Nilson Klava teve sua primeira participação ao vivo do Senado prejudicada.
A imagem travou três vezes. Depois da última, o âncora César Tralli encerrou o link de Brasília sem o repórter concluir a informação.
O erro não foi exceção. Nos últimos meses, a GloboNews apresenta falhas mais frequentes do que as concorrentes próximas CNN Brasil e Jovem Pan News.
Quedas de sinal durante reportagens se tornaram comuns, assim como vazamentos de áudios, microfones desligados quando os jornalistas começam a falar e exibição de matérias na hora errada.
O problema é antigo. Em junho de 2021 vazou um vídeo da apresentadora Christiane Pelajo, que não está mais na emissora, reclamando das condições no estúdio.
“Não tem a menor condição de trabalhar assim”, disse, nervosa. “Não tem como fazer um jornal em voo cego, sem áudio, sem retorno de áudio... Ninguém fala comigo no ponto (eletrônico).”
Na gravação, ela comenta ter tido dificuldade semelhante no dia anterior. Ao noticiar o fato, parte da imprensa adotou um tom impróprio, como se a jornalista estivesse dando um ‘piti’ desnecessário.
Pela recorrência de equívocos, conclui-se que a impaciência da âncora se justificativa. Quando acontece um imprevisto, o que fica no ar é a cara constrangida do apresentador.
Em 26 de setembro de 2022, Natuza Nery se viu em situação delicada no comando da ‘Central das Eleições’ devido a instabilidades no áudio, incluindo microfonia e eco. As redes sociais estranharam tamanho desacerto.
Fazer televisão ao vivo exige uma conjunção de talentos em sincronia com a tecnologia. Assim como os humanos, os sistemas também falham.
Tropeços eventuais são compreensíveis, porém, na GloboNews, a repetição foge do altíssimo ‘padrão Globo de qualidade’.