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Famoso por mocinhos, Thiago Lacerda vive invejoso em novela

Ator estreou recentemente como Marcos, vilão da trama 'Alto Astral'

17 nov 2014 - 12h51
(atualizado às 12h54)
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Do alto de seus 1,97m, olhos verdes e rosto marcante, Thiago Lacerda sempre soube que o posto de mocinho seria o caminho mais fácil a seguir. E assim aconteceu. De novela em novela, o ator de 36 anos teve poucas chances de mostrar outras aptidões dramáticas que não as de um galã. É por isso que ele valoriza tanto seu trabalho em Alto Astral, seu terceiro como antagonista – os outros foram em América e As Filhas da Mãe. Na atual novela das sete, Thiago é Marcos, um vilão tradicional que abusa de "caras e bocas", mas de uma maldade justificável. "A novela tem uma estrutura narrativa ligada ao sobrenatural, mas os personagens são especialmente realistas. É bacana estar do outro lado, fazendo de tudo para atrapalhar a vida de quem quer ser feliz", brinca.

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Foto: TV Globo

(Foto: Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias)

Carioca, Thiago estreou na TV na temporada de 1997 de Malhação. No entanto, foi só depois do sucesso da minissérie Hilda Furacão, exibida no ano seguinte, que seu nome passou a estar na lista dos principais diretores da Globo. Ao longo desses quase 20 anos, o ator teve a oportunidade de passear pelos mais diversos núcleos dentro da emissora e participar de sucessos como Terra Nostra, A Casa das Sete Mulheres e Páginas da Vida. "Eu me orgulho muito disso. Foi a maneira que encontrei de variar dentro da emissora. Cada diretor tem suas manias e a gente vai aprendendo muito com cada produção. Isso me motiva a estar sempre pronto para o trabalho", analisa.

Apesar de ter sido vilão em tramas como As Filhas da Mãe e América, você é conhecido pelos inúmeros mocinhos que interpretou. Como lida com esse rótulo?

Da melhor forma possível e sem arrependimentos. Até porque adoro os mocinhos ou heróis épicos e românticos que apareceram na minha carreira. Embora muita gente ache que é um trabalho mais repetitivo, vejo muitas diferenças e complexidades de um personagem para o outro e me divirto muito. Um Garibaldi de A Casa das Sete Mulheres, por exemplo, exige de mim algo completamente diferente do que um médico naturalista de A Vida da Gente.

A última vez que você deixou o posto de galã de lado foi em América, de 2005. O convite para fazer um vilão em Alto Astral pesou na hora de acertar sua participação?

Lógico. Embora minha carreira seja feita de mocinhos, do ponto de vista do ator é muito legal ter outras experiências. E acredite, eu sempre busco. Só que, na televisão, você não tem como ter total domínio do que fará ou não.

Você pensou em recusar o Marcos?

Não pelo personagem e pelo projeto. Mas, quando surgiu o convite, eu tinha acabado de sair de Joia Rara. Fiquei pensando se já era hora de voltar à TV. Gosto de dar um tempo entre um papel e outro, acho importante até para ficar livre e assumir compromissos fora do vídeo. No entanto, já tive outras fases na minha carreira de aparecer tanta coisa boa e acabar fazendo tudo. Não gosto de desperdiçar boas oportunidades. É preciso contar com o "feeling" dos diretores e de quem monta o elenco. O primeiro a tirar minha carreira do caminho dos mocinhos foi o Jorge Fernando com As Filhas da Mãe. Muitos anos depois, ele faz a mesma coisa. Relembrar isso foi bacana e acabei topando.

O apelo popular deste tipo de papel também o instiga?

É engraçada essa veneração pelos vilões, não só do público, mas de quem faz televisão também. Acho que a grande fascinação por esses personagens está no poder que eles têm de dominar a cena e os acontecimentos do roteiro. É claro que isso é interessante. Mas o Marcos é um vilão mais misterioso, ele não é mau apenas por ser.

Como assim?

Tudo tem um propósito e isso vai ser revelado ao longo da trama. Ele não quer o amor da Laura apenas porque acha que é a mulher da vida dele, mas sim pelo fato de que uma hora ele vai precisar dela para alguma coisa. O mesmo serve para a falta de sintonia com o irmão. O ódio dele pelo Caíque não é gratuito, existe uma história que justifica tanta antipatia. O texto está muito bem amarrado, o que me dá uma segurança enorme na condução do Marcos.

Você costuma mergulhar em intensos processos de composição e inspiração, como sua imersão pela cultura gaúcha para produções como A Casa das Sete Mulheres e O Tempo e O Vento, ou conhecer de perto a missão dos Médicos Sem Fronteira para A Vida da Gente. Alto Astral exigiu de você algo mais complexo?

Marcos é um tipo naturalista que precisou de uma composição mais baseada no texto e nas intuições do que propriamente em alguma referência. A história desse núcleo se passa em um ambiente hospitalar, algo que eu já experimentei também. Então, é um trabalho construído de dentro para fora. Tanto que sinto que ainda não cheguei onde queria. E isso só deve acontecer lá pela metade da novela.

Fica mais fácil para o ator quando o papel pede algum tipo de composição mais específica?

Para mim, ajuda bastante. Produções de época, por exemplo, são um prato cheio. Ator gosta de estudar, de experimentar, de se sentir ambientado com figurinos e caracterização. Você já entra no cenário envolvido por um clima diferente e pronto para atuar. Fica mais fácil dosar o que você quer dizer com aquele papel. O mais difícil mesmo está em buscar referências mais realistas para os tipos naturalistas. As novelas do Manoel Carlos, por exemplo, são bem difíceis de fazer.

Por quê?

Não pode ter excessos. São tramas que precisam de delicadeza e naturalidade para tratar o cotidiano, sem muitas máscaras e apetrechos. Aí, precisamos tirar de dentro, achar o tom certo aos poucos. É um grande exercício.

Há 15 anos, em Terra Nostra, você interpretou seu primeiro protagonista e, desde então, é sempre escalado para papéis de destaque. Você tem alguma vaidade sobre a importância e o "peso" dos personagens que lhe são oferecidos?

Não. Até porque não é todo protagonista que é maravilhoso de se fazer. Às vezes, tem aquele coadjuvante que nem precisa roubar a cena para ser inesquecível. O Toni de Joia Rara por exemplo, é um personagem que guardo com muito carinho. Ele teve seu destaque, mas não estava no centro da trama. Gostei muito do desenho do personagem, do triângulo amoroso no qual ele estava envolvido, o resultado foi muito legal. E, além disso, ainda pude ter uma vida normal com a novela no ar. Papéis principais não me dão esse "prazer".

<p>Ator no centro de triângulo amoroso em 'Joia Rara'</p>
Ator no centro de triângulo amoroso em 'Joia Rara'
Foto: Arquivo / TV Globo
Pontos de mudança

Ao analisar sua trajetória na TV, Thiago Lacerda consegue identificar claramente os pontos onde passou a se sentir diferente e mais maduro como ator. A primeira alteração de rota foi em Terra Nostra, quando se viu como mocinho do horário das nove, tentando lidar com o assédio e os mais de 200 capítulos da trama de Benedito Ruy Barbosa. "Não foi um trabalho fácil. Foi onde peguei o 'jeito' de fazer televisão. Isso sem falar na procura do público. Nunca tinha passado por nada parecido", relembra.

Os dois outros momentos marcantes da carreira do ator têm a ver com Jayme Monjardim, diretor da minissérie A Casa das Sete Mulheres, de 2003, e do filme que virou microssérie O Tempo e O Vento, de 2014. "Foram processos muito intensos de trabalho. De ter de ir até o Sul, viver aquela cultura. Mexeu com a minha cabeça, me deu segurança. Todo ator precisa de trabalhos que o instiguem a ir além", valoriza.

Na balança

Quando soube que daria vida a um vilão que prezava pela elegância em Alto Astral, Thiago Lacerda percebeu que precisaria emagrecer um pouco para ficar bem no vídeo. Os quilos a mais estão longe de incomodar o ator. Inclusive, ele mesmo chega a rir de alguns comentários negativos sobre sua forma física. "Acho que minha atuação precisa estar melhor que a minha barriga. Sou bem tranquilo com isso. De vez em quando, paro com os excessos e dou uma emagrecida, mas não fiz isso por pressão externa", garante.

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Fonte: TV Press
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