Famosos deveriam resolver problemas íntimos longe da imprensa e de redes sociais
Caso de Luana Piovani e Scooby mostra o dispare de quem exige respeito à privacidade e se expõe de maneira constrangedora
Luana Piovani sempre criticou a invasão de privacidade. A atriz fazia questão de blindar sua vida e a dos três filhos contra o olhar especulador da imprensa e do público.
Hoje, ela contradiz o que defendia. Escancarou a intimidade nas redes sociais em sua cruzada pessoal contra o ex-marido, o surfista e ex-BBB Pedro Scooby.
A questão do pagamento de pensão às crianças tem sido discutida como se fosse um assunto público, de interesse geral.
Piovani parece buscar o apoio do tribunal da internet, onde impera a incoerência e o execrável método do cancelamento, contra o pai de seus filhos.
O mais sensato seria tratar as pendências em outro tribunal, o da Justiça, ambiente propício para a solução equânime de imbróglios familiares.
Em um mundo onde somos monitorados de diversas maneiras e corremos o risco de sermos expostos pejorativamente, precisamos preservar o que é íntimo e resolver nossas adversidades sem permitir que estranhos sejam testemunhas e carrascos.
Ao recorrer à superexposição de seu conflito com Scooby, inclusive com a postagem de conversas de WhatsApp, a atriz gera um circo midiático.
Artistas devem delimitar o que é público e privado para evitar a banalização de sua vida e imagem. Quem tudo mostra perde a credibilidade para exigir respeito à individualidade.
No momento, qualquer pessoa se acha no direito de opinar, julgar e condenar os dois lados do litígio. Um convite à tal invasão da vida privada que Luana sempre recriminou, com indiscutível razão.
Uma disputa particular – envolvendo dinheiro e sentimentos dolorosos – acaba banalizada ao virar uma novela da vida real. Sem final feliz, obviamente.
Para os curiosos que não cuidam da própria existência, esse tipo de briga entre famosos se torna entretenimento para preencher o vazio do cotidiano.
À imprensa, gera audiência e, consequentemente, a monetização de anúncios vinculados às matérias sobre o caso.
Os grandes perdedores são as três crianças. Ainda que agora estejam preservadas desse lamentável episódio, cedo ou tarde terão conhecimento do que ocorreu. Não merecem estar no meio desse deprimente duelo.