“Fazemos algo revolucionário, humano e sensível no SBT Brasil”, diz Cesar Filho
À coluna, o âncora que mediará debate entre candidatos à prefeitura de SP comenta boa fase do telejornal e a convivência com Silvio Santos
Lançada em março, a nova versão do ‘SBT Brasil’ já impactou mais de 80 milhões de telespectadores. Em agosto, registrou 6,5% de crescimento de audiência na comparação com o mês anterior.
No comando do telejornal, Cesar Filho usa sua experiência e carisma para fazer um jornalismo mais conectado com o público. Informalidade conciliada com dinamismo e imparcialidade.
“Eu tenho liberdade”, afirma o apresentador em conversa com a coluna. Entre os conteúdos exclusivos do ‘SBT Brasil’, se destacam as entrevistas gravadas fora do estúdio. Ele já conversou, por exemplo, com o apresentador Faustão, o ex-jogador e político Romário e o executivo de TV Boni.
Na hora de comentar algumas notícias, olho no olho com a câmera, Cesar Filho demonstra admirável coerência. Verbaliza sua opinião sem julgamento. A imagem do jornalismo do SBT ganha mais credibilidade com um âncora tão equilibrado.
Na sexta-feira (20), das 11h15 às 13h, o comunicador viverá uma experiência inédita: mediar um debate eleitoral. Vai conduzir o encontro de candidatos a prefeito da capital paulista, com transmissão do SBT em parceria com o Terra e a rádio Nova Brasil.
A seguir, o jornalista comenta esta novidade, a fase animadora na TV, sua longa relação com a emissora do clã Abravanel e as lembranças da convivência com Silvio Santos.
O ‘SBT Brasil’ cresceu em audiência desde a sua estreia. Como avalia o bom momento do telejornal?
Em primeiro lugar, eu tenho que agradecer ao SBT e a Daniela Beyruti (vice-presidente e diretora artística) porque acreditou nessa proposta de fazer algo diferente. Quando ela me chamou para o ‘SBT Brasil’, achei que a gente tinha uma oportunidade de fazer algo que ninguém fez. Nesse horário, ficar sem a bancada, sabe? Eu cresci assistindo ao Cid Moreira e Sérgio Chapelin atrás de uma bancada. Nós estamos em 2024, por que eu tenho que ser tão ‘duro’? Por que eu sou obrigado a usar gravata se você vai em muitas reuniões importantes de negócios e ninguém mais usa? Então, a gente fez algo totalmente diferente. Espero que seja revolucionário, mais humano, mais sensível, até porque as notícias muitas vezes são pesadas. Sinto prazer de ir para o SBT apresentar o jornal, assim como a gente fez pela manhã. Há muitos anos, a emissora me deu a oportunidade também de fazer diferente de manhã, quando eu fui o primeiro a tirar gravata na época, a fazer de calça jeans e blazer, um formato bem informal. Esta postura revolucionou, tanto que outras emissoras passaram a fazer exatamente igual. Estou bastante feliz com esse momento, a gente já aponta um crescimento inicial (de audiência) nesses seis meses e eu espero que continue assim.
Mediar um debate eleitoral é um grande desafio, ainda mais numa campanha tão tensa como esta. Qual sua expectativa?
O debate é muito importante para o jornalismo da emissora e também para a minha carreira. É uma pena que a gente veja situações lastimáveis, com alguns candidatos que não se atentam a simplesmente apresentar propostas e se dedicam a brigas pessoais. Espero que no encontro no SBT, eles se comportem de maneira diferente. Queremos levar a melhor informação ao telespectador neste momento tão importante da democracia.
Você tem longa história com o SBT. Qual a importância da emissora em sua carreira?
Sempre digo que tenho uma aliança de gratidão com o Silvio Santos e com o SBT. Foi o Silvio que me resgatou quando eu estava fora do ar. No momento que eu mais precisava, ele me trouxe de volta, me deu oportunidades em muitos produtos do canal. Eu sempre tive um carinho grande, um amor grande pelo SBT, como telespectador e trabalhando lá, vendo que é uma emissora realmente diferente. É voltar para casa, mesmo. Esse é o sentimento que eu tenho em relação ao SBT. Toda vez que eu entro na emissora, sinto uma emoção muito grande. Vou para lá com alegria, fico empolgado como se estivesse no início de carreira, começando algo novo.
A morte de Silvio Santos completou 1 mês. Para você, quais os maiores aprendizados deixados pelo apresentador?
Eu tive o privilégio de conviver com o Silvio fora do ar, de conhecê-lo bem, ter algumas particularidades. O mais importante que aprendi com ele é que o seu sonho, não importa o tamanho, pode ser realizado. Você não pode desistir dos sonhos, precisa acreditar neles. Se fizer seu trabalho com luta, amor, dedicação e com Deus no coração, independentemente de religião, você vai conseguir, vai conquistar. Silvio sempre disse isso. Esse é o legado que ele deixa. Sempre foi um homem simples, sem ostentar. Para ele, estava tudo bom, sabe? Essa simplicidade é fundamental na vida das pessoas. Hoje, você vive muito de imagem. O Silvio nunca se preocupou com isso. Ele sempre quis trabalhar, o trabalho era a sua diversão. Nunca conheci ninguém que fosse mais apaixonado pelo trabalho do que ele.