Fim do 'Chega Mais' ressalta a pressão cruel por audiência e faturamento na TV
O encerramento de um dos programas mais agradáveis já produzidos pelo SBT marca fase de renovação na emissora
Pré-anunciado, o fim do ‘Chega Mais’ foi comunicado no ar pelos próprios apresentadores. Regina Volpato, Michelle Barros e Paulo Mathias se despediram do público e agradeceram a equipe de produção no encerramento desta sexta-feira (6).
O programa durou 270 dias, quase 9 meses. Acabou por não corresponder à expectativa de audiência. Suas médias diárias ficavam entre 2,0 e 2,5 pontos, sem incomodar a vice-liderança da Record e, às vezes, atrás da Band.
Não há lógica em televisão. Uma atração agradável de se assistir, como o ‘Chega Mais’, pode não atrair público relevante, enquanto produtos apelativos ou de conteúdo raso se destacam no Ibope. Difícil compreender as preferências dos telespectadores.
A direção do SBT vai ser duramente criticada por encerrar mais um projeto abruptamente, como ocorreu, por exemplo, com outra revista de variedades, o ‘Olha Você’, em 2008, descontinuada após 6 meses.
Em TV, o tempo corre diferente. Não é possível insistir indefinidamente em uma produção de baixa audiência ou sem faturamento suficiente. Trata-se de um negócio extremamente caro que requer gestão eficiente.
A presidente da emissora, Daniela Beyruti, precisa ‘arrumar a casa’ para evitar prejuízo. Renovar a programação pode atrair mais anunciantes e despertar o interesse de novos telespectadores. É com tentativas e erros que se alcançam acertos.
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