Globo obrigada a ‘engolir’ Bolsonaro entre mais influentes
William Bonner destacou ressalvas ao noticiar a inclusão do presidente na lista da ‘Time’ ao lado de Felipe Neto
No Edição das 18h da GloboNews, o âncora César Tralli quis saber a opinião do comentarista Fernando Gabeira (ex-deputado e precursor do ativismo ambiental no Brasil), a respeito da presença de Jair Bolsonaro na lista das 100 pessoas mais influentes do planeta da revista norte-americana ‘Time’.
O jornalista veterano, com a calma peculiar, explicou que apesar das críticas no País e no exterior, Bolsonaro continua a ter confortável índice de aprovação e forte apoio nas redes sociais por conta da polarização ideológica. Disse que a concessão do auxílio emergencial aos mais afetados pela crise econômica suscitada pelo novo coronavírus ajudou sua popularidade.
Mais tarde, no Jornal Nacional, o texto lido pelo âncora e editor-chefe William Bonner destacou, em 35 segundos, as partes negativas do perfil do presidente feito pela ‘Time’. Disse que ele tem “um ceticismo teimoso em relação à pandemia e indiferença à degradação ambiental”.
Outro ponto da publicação exibido na tela: “Apesar de uma tempestade de denúncias de corrupção e de um dos maiores números de mortes de covid-19 no mundo, o radical de direita se mantém popular em uma grande parcela de brasileiros.”
O JN mostrou ainda o trecho em que os apoiadores de Bolsonaro são descritos como “quase cultuadores” sob o seu comando, dando um aspecto de seita a serviço de um líder religioso.
Ao comentar o perfil de Felipe Neto, o telejornal reproduziu as palavras escritas na ‘Time’ pelo deputado federal e ativista LGBT David Miranda, de que o influenciador usou a popularidade na internet para se opor a Bolsonaro e agora sua voz “ressoa poderosamente em um País onde a democracia está em perigo”.