Globo vai falir em 2023? O que esperar do canal após prejuízo e revés no Ibope
Emissora mais amada e odiada teve um ano surpreendente com ameaça de ser tirada do ar e resultado negativo com a Copa
O principal canal da família Marinho viveu altos e baixos em 2022. Conseguiu um grande sucesso, ‘Pantanal’ (média de 30 pontos), e foi surpreendido com um inesperado fiasco, ‘Travessia’, com média parcial de 23 pontos.
Venceu o desafio de ser bem-sucedido com uma novela no streaming, ‘Todas as Flores’, atraindo um público jovem que costuma desprezar os folhetins exibidos na TV e reforçando o viés de crescimento do Globoplay.
Nas finanças, um mistério. Começou o ano divulgando prejuízo de R$ 173 milhões em 2021, apesar do faturamento recorde de R$ 14,4 bilhões do Grupo Globo. Na sequência, animou o mercado ao anunciar lucro de R$ 367 milhões no primeiro trimestre deste ano.
Depois disso, não apresentou novos números, gerando suspense. Internamente, admitiu-se que a transmissão da Copa do Catar daria prejuízo, apesar do faturamento acima de R$ 1 bilhão.
Prosseguiu com a onda de demissões de atores e jornalistas veteranos. A ordem continua a ser reduzir despesas fixas para viabilizar os altos investimentos em tecnologia. A busca por lucro continuará a ser sacrificada pelo projeto de garantir o futuro da Globo com forte atuação no ambiente digital.
O equilíbrio nas contas poderá vir com o ‘BBB23’, que estreia em janeiro. Foram negociadas quase 20 cotas de patrocínio. O desempenho positivo deve ajudar a emissora a voltar ao azul.
Apesar da instabilidade no Ibope e no financeiro, a TV não apresenta risco de inadimplência tampouco falência. As maiores dívidas estão negociadas e alguns pagamentos a credores até foram antecipados. Há milhões de reais em caixa.
O risco de não ter a concessão pública renovada acabou: o presidente Jair Bolsonaro assinou nova outorga válida por 15 anos. A chegada de Lula ao Planalto deverá aumentar já em 2023 a verba de propaganda da União aos principais canais, com a Globo sendo a maior beneficiada por ter os mais altos índices de audiência.
Em 2009, no penúltimo ano do 2° mandato do petista, a emissora recebeu R$ 707 milhões em publicidade do governo, recorde histórico. Com Bolsonaro, perdeu mais de 60% do que faturava com comerciais da Presidência, ministérios e estatais.
Em eventos e comunicados internos, o presidente da emissora, Paulo Marinho, que completará 1 ano no cargo em fevereiro, demonstra otimismo com os rumos da empresa de comunicação de seu clã.