Há 36 anos, o público estava com um olho no peru e outro na morte de Odete Roitman
Cena do assassinato da vilã na véspera de Natal entrou para a história da teledramaturgia brasileira e terá nova versão em 2025
Em 24 de dezembro de 1988, o capítulo 189 de ‘Vale Tudo’ mostrou a aguardada morte da vilã interpretada por Beatriz Segall no apartamento de seu cúmplice em falcatruas Marco Aurélio (Reginaldo Faria).
Era lançado o maior mistério da história das novelas: quem matou Odete Roitman? A trama dividiu atenção com a ceia de Natal. Naquela noite, a novela escrita por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva atingiu 81 pontos de audiência.
A resposta do enigma que mobilizou o Brasil foi dada no último capítulo, em 6 de janeiro. A assassina, Leila (Cássia Kis), atirou por acreditar que a mulher atrás da morte era Maria de Fátima (Gloria Pires), com que seu marido mantinha um caso.
Ao longo da história sobre a hipocrisia da elite e a honestidade do brasileiro comum, Odete acumulou inimigos, mas acabou morta por engano em um crime de motivação passional. Até o fundador da Globo, Roberto Marinho, acompanhou a cena do homicídio e, depois, a da revelação sobre o crime.
Hoje, a Globo vive duas situações distintas. O atual folhetim das 21h, ‘Mania de Você’, de João Emanuel Carneiro, abriu uma crise de audiência. Está com média de 21,5 pontos, a mais baixa já registrada. Nenhuma mudança no roteiro surte efeito para atrair mais público.
Por outro lado, cresce a expectativa em relação à sua sucessora no horário, justamente o remake de ‘Vale Tudo’, escrito por Manuela Dias. A estreia está marcada para 31 de março. Encomendada como parte das comemorações dos 60 anos da Globo, a obra terá a missão de ‘ressuscitar’ a principal faixa de dramaturgia da TV.
Após a desistência de Fernanda Torres devido aos compromissos de divulgação do filme ‘Ainda Estou Aqui’, Débora Bloch assumiu o papel de Odete Roitman. Caberá a ela a tarefa de oferecer uma interpretação suficientemente interessante para não ficar à sombra da atuação magistral de Beatriz Segall.