'Hehehe': elas saíram da Globo e agora riem à toa
Jornalistas ganham mais dinheiro e liberdade ao trocar a televisão pela internet.
Mara Luquet, Cristina Serra e Thaís Heredia são as principais estrelas do jornalismo do MyNeews, canal recém-lançado no YouTube.
As três eram da Globo. Mara falava de economia em telejornais da emissora. Cristina foi uma das principais repórteres de política e correspondente em Nova York. Thaís destrinchava o economês para o telespectador da GloboNews.
As duas primeiras saíram da emissora por vontade própria. Tiveram a coragem de dizer ‘tchau, Globo, vou ser feliz em outro lugar’. Já Heredia não teve o contrato renovado.
O trio uniu forças para encarar o universo digital. “O que queremos é trazer notícia com selo de qualidade. Jornalismo sem preconceito e com liberdade”, anuncia Luquet em vídeo de apresentação do MyNews.
O canal estreou com um patrocinador de peso: a Genial Investimentos, empresa de assessoria financeira que afirma movimentar 40 bilhões de reais de seus clientes.
Mara está associada a outra instituição poderosa, o Bradesco. A jornalista comanda uma série de entrevistas sobre finanças no canal do banco no YouTube.
Elas seguiram o caminho de outros ex-globais famosos, como Evaristo Costa, Carla Vilhena e Flávia Freire, que trocaram o status e a segurança de um contrato com a emissora líder do País por um projeto pessoal.
Evaristo se mudou para a Inglaterra. Vem ao Brasil com frequência para cumprir compromissos profissionais, como a gravação de um vídeo promocional da Netflix, no fim de 2017.
Carla prepara o lançamento de um portal voltado à mulher, com matérias de beleza, moda e comportamento. Flávia virou empreendedora em Portugal, onde abriu uma clínica de estética.
Nenhum deles demonstra arrependimento por ter deixado a Globo. Parecem felizes por assumir o controle absoluto da própria vida fora do ambiente às vezes tóxico dos bastidores da TV.
A internet representa um campo de oportunidades a quem se sente mal aproveitado na televisão e quer oxigenar a carreira profissional.
Possibilita até ganhos maiores, já que a política da Globo proíbe contratados do jornalismo de realizar qualquer ação de publicidade.
Outro atrativo é a liberdade. Quem trabalha em TV jamais tem 100% de liberdade de expressão. A desejada (e valiosa) autonomia se torna possível a quem produz a si mesmo na web.
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