Jennifer Aniston faz tratamento facial com esperma de salmão
Composto de moléculas extraídas do DNA do esperma do salmão, PDRN já é utilizado no Brasil
Em entrevista recente ao The Wall Street Journal, Jennifer Aniston, conhecida especialmente por seu papel na série "Friends", afirmou que, quando se trata de parecer jovem, ela está disposta a experimentar qualquer coisa pelo menos uma vez. Na ocasião, a atriz se referia a um “facial” (procedimento similar ao que chamamos de limpeza de pele no Brasil) com aplicação de esperma de salmão.
Pode parecer uma ideia estranha, mas os cosméticos com o ingrediente já são uma tendência na Coreia do Sul, por exemplo, e, aos poucos, a substância tem sido utilizada também em procedimentos estéticos, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos.
“Na verdade, quando se fala sobre esperma de salmão em tratamentos de beleza estamos nos referindo a uma substância chamada de polydeoxyribonucleotides, ou PDRN, composta por uma série de moléculas bioativas extraídas do DNA do esperma do salmão. Dessa forma, o PDRN tem poderosas propriedades regenerativas. Então, na pele, é capaz de acelerar a cicatrização de feridas, além de promover rejuvenescimento ao estimular a proliferação de fibroblastos, que são responsáveis pela produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico, componentes fundamentais para a manutenção da saúde, beleza e jovialidade da pele”, explica Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Dermatologia Clínica e Cirúrgica.
Reparação da pele
Nos cosméticos, o principal benefício do PDRN está na reparação da barreira cutânea, ajudando a melhorar a hidratação e a reduzir a inflamação, visto que, devido ao tamanho, as moléculas da substância não são capazes de penetrar profundamente na pele.
No entanto, no Brasil e no mundo, o ativo já é utilizado nos consultórios dermatológicos por meio de drug-delivery para que penetre muito mais profundamente na pele, ampliando a gama de benefícios e garantindo maior eficácia.
“No drug-delivery, usamos tecnologias como o laser erbium ou de picossegundos, radiofrequência microagulhada e até MMP – microinfusão de medicamentos na pele – que vão abrir canais que possibilitam que o PDRN, aplicado em seguida, possa atuar em diversas camadas, atingindo até mesmo a hipoderme, camada mais profunda do tecido cutâneo. Dessa maneira, o ingrediente consegue aumentar a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico para promover rejuvenescimento”, destaca o médico.
“Além disso, o drug-delivery com PDRN também pode ser realizado no couro cabeludo. Na região, a substância, por sua ação regenerativa, estimula a proliferação celular no bulbo capilar, mais especificamente no ‘bulge’ dos folículos pilosos, assim acelerando o crescimento dos fios, que também se tornam mais fortes, grossos e saudáveis”, acrescenta o expert.
Versão injetável ainda não tem no Brasil
A aplicação injetável do PDRN como biorremodelador é outro uso da substância que tem se destacado ao redor do mundo e, apesar de ainda não ser aprovado pela Anvisa, deve chegar em breve ao Brasil.
“Com a aplicação injetável, será possível fazer com que a substância atue diretamente onde queremos, agindo a nível celular para garantir máxima eficácia no estímulo da síntese de colágeno, elastina e ácido hialurônico. O resultado é uma pele muito mais firme, jovem e elástica, com menos rugas e flacidez, além de tornar-se mais hidratada, uniforme e luminosa”, diz o Danilo.
Ele ainda afirma que o procedimento pode ser realizado de maneira preventiva, para retardar o processo de envelhecimento, e até mesmo antes de procedimentos estéticos e cirúrgicos.
“Por ser capaz de promover a regeneração da pele e melhorar a cicatrização, o PDRN, quando aplicado em preparação aos procedimentos, ajuda a acelerar a cicatrização e a tornar o pós muito mais tranquilo”, completa.
Rejuvenescimento natural
Os resultados do uso do PDRN em procedimentos estéticos de rejuvenescimento são extremamente naturais, apesar de não serem imediatos, surgindo conforme o colágeno, elastina e ácido hialurônico são estimulados. Além disso, múltiplas sessões podem ser recomendadas de acordo com cada caso.
“Vale ressaltar que, apesar de causar certa estranheza devido a sua origem, o PDRN é uma substância muito segura e bem tolerada tanto no drug-delivery quanto nos procedimentos injetáveis. Isso por que o DNA do salmão é similar ao DNA humano, então o PDRN possui alta compatibilidade com nosso organismo. Além disso, durante o processo de extração e purificação da substância, são removidos peptídeos e proteínas que podem causar reações imunes, sendo seguro até para pacientes alérgicos a frutos do mar”, completa Danilo S. Talarico.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.