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'João Pedro poderia ser meu filho', reflete Silvio Guindane, de 'Falas Negras'

Ator interpreta pai de jovem de 14 anos morto a tiros dentro de casa no Rio em maio de 2020 no especial da Globo; relembre o caso

19 nov 2020 - 19h38
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Silvio Guindane como Neilton, pai do jovem João Pedro, em 'Falas Negras'
Silvio Guindane como Neilton, pai do jovem João Pedro, em 'Falas Negras'
Foto: Victor Pollak / Globo / Divulgação / Estadão

O ator Silvio Guindane, que faz parte do elenco do especial Falas Negras, que será exibido pela Globo na sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, falou sobre como foi interpretar Neilton Pinto, pai de João Pedro Mattos, adolescente morto após levar um tiro no Rio no último mês de maio.

"A tragédia na vida de Neilton é algo muito recente e viva na cabeça dos brasileiros, sua fala é contundente, coerente e muito emocionante. Lázaro [Ramos, diretor do especial] me dirigiu de uma forma muito sensível, me deixando mergulhar nesse personagem", contou, em entrevista divulgada pela Globo nesta quinta, 19.

Em seguida, Silvio Guindane continuou: "Sem dúvida, foi um momento que nunca mais vou esquecer. Sou preto, de origem pobre e sou pai, eu poderia ser o Neilton e João Pedro poderia ser meu filho. Ser intérprete da fala dele mexeu muito comigo."

Falas Negras trará 22 atores interpretando personalidades que existiram na vida real, com depoimentos dados por elas na luta pela liberdade e contra o racismo.

Relembre o caso João Pedro

Aos 14 anos de idade, João Pedro Mattos morreu em 18 de maio de 2020, após ser atingido por um disparo durante operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele estava na casa de parentes quando foi atingido.

Na ocasião, Neilton Pinto, pai do jovem a quem Silvio Guindane interpreta em Falas Negras, ficou revoltado com a situação: "Um jovem de 14 anos, um jovem com um futuro brilhante pela frente, que já sabia o que queria do seu futuro. Mas, infelizmente a polícia interrompeu o sonho do meu filho."

"A polícia chegou lá de uma maneira cruel, atirando, jogando granada, sem perguntar quem era. Se eles conhecessem a índole do meu filho, quem era meu filho, não faziam isso. Meu filho é um estudante, um servo de Deus. A vida dele era casa, igreja, escola e jogo no celular", completou Neilton.

O laudo de sua morte indicou que João Pedro foi morto com um único tiro nas costas, mas não houve conclusão se a bala teria saído da arma de um policial.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para investigar policiais federais envolvidos na operação que resultou na morte de João Pedro. O crime teve sua reconstituição adiada em junho por tempo indeterminado por conta da pandemia.

Estadão
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