Jornalistas de TV são demitidos por suposto comportamento polêmico
A dispensa repentina acompanhada de fofoca de bastidor é negativa para os profissionais e também às emissoras onde trabalhavam
A demissão inesperada de um jornalista famoso de TV sempre causa espanto e especulações. Nos últimos dias, esta situação desagradável aconteceu três vezes.
Todas suscitam a mesma pergunta: de qual lado está a verdade?
Na semana passada, a apresentadora Carol Romanini foi desligada da RIC TV, afiliada da Record no Paraná.
Ela comandava o quadro ‘A Hora da Venenosa’ no telejornal ‘Balanço Geral Londrina’.
Entidades de jornalistas, como a FENAJ, se manifestaram em solidariedade à comunicadora.
O motivo de sua demissão teria sido usar roupa vermelha (cor associada ao PT e à campanha de Lula), em desrespeito a uma determinação do canal sobre o figurino dos contratados. Os donos da RIC seriam apoiadores de Jair Bolsonaro.
Em nota à imprensa, a emissora confirmou a determinação. Argumentou ter proibido o vermelho para garantir a neutralidade da cobertura da eleição.
Em vídeo no Instagram, Carol disse que soube do fim do quadro quando estava no camarim, esperando para entrar no ar, e viu seus colegas apresentadores darem a notícia na TV.
Paralelamente, correu o boato de que ela perdeu o emprego por ter feito um gesto de comemoração da agressão sofrida pela família de um político bolsonarista de seu Estado. A jornalista nega. Diz ter sido mal-interpretada.
“É só a ponta do iceberg. Eu e minha filha (de 16 anos) estamos sofrendo ameaças”, reclama. “Me xingam de assassina, gorda, safada. ‘Vou te matar, matar sua filha’... A Justiça vai cobrar.”
Na gravação em que chora, Carol Romanini revelou a intenção de acionar advogados contra o canal de TV por não concordar com a maneira como foi demitida.
Na segunda-feira (19), a mídia on-line repercutiu a demissão de Daniel Adjuto, do ‘Live CNN’. Ele era um dos principais âncoras da emissora de notícias.
Surgiu o rumor sobre desentendimentos recorrentes com a colega de bancada Marcela Rahal. Uma discussão mais acalorada na redação teria sido o estopim para a cúpula da emissora decidir por um deles.
Em comunicado, a CNN Brasil não tocou no assunto. Apenas agradeceu a colaboração de Adjuto no período em que trabalhou na casa.
Na quarta (21), foi a vez de Felippe Facincani protagonizar um caso controverso. Após alguns dias sem aparecer nos programas dos canais esportivos ESPN, recebeu sua demissão.
Vários veículos de comunicação divulgaram o provável motivo: um problema de relacionamento nos bastidores, intensificado depois de o comentarista ter reclamado de uma troca na escala de trabalho.
A nota da ESPN, que faz parte do grupo Disney, ignora essa versão e somente confirma a dispensa do jornalista. As redes sociais ecoaram a polêmica.
Estes três casos têm em comum a falta de clareza nas demissões. Reconhecidos por seu talento, os profissionais acabaram envolvidos em fofocas prejudiciais à sua imagem pessoal e potencialmente negativas à carreira.
As ‘histórias mal contadas’ sempre geram dúvidas e possíveis injustiças. Um lado sempre sai como vilão.
O espaço está aberto para a manifestação de todos os citados neste texto.
