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Levi morto por piranhas em 'Pantanal': como seria na vida real?

Peão foi baleado e, quando caiu em rio, foi atacado por cardume. Pesquisador explica como seria a cena fora da novela

14 jun 2022 - 17h07
(atualizado em 15/6/2022 às 04h46)
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Levi foi devorado por piranhas em 'Pantanal'
Levi foi devorado por piranhas em 'Pantanal'
Foto: Popline

Levi, personagem interpretado por Leandro Lima, morreu em 'Pantanal' no capítulo exibido nesta segunda-feira, 13. A morte foi cruel: após ser baleado, fugiu de barco e caiu no rio, onde foi devoroado por um cardume de piranhas em questão de segundos.

O fim trágico foi trabalhoso para a Globo, envolvendo mais de 40 profissionais e dublê. Mas tanto investimento sucita uma questão simples: Levi seria morto da mesma forma na vida real?

Para responder à pergunta, o Terra De acordo com Vlad Haddad Junior, professor e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp)  e especialista em  ataques de piranhas a banhistas no interior de São Paulo, só há uma resposta: "Não é impossível, mas é improvável".

"O papel das piranhas é o de limpeza. São decompositores, comem o que já está morto e que vai para o fundo", diz. Além disso, as piranhas não têm o costume de andar em grandes cardumes. "Apenas em momentos de seca elas tendem a se agrupar mais, como forma de se proteger de predadores".

Para a cena de Levi acontecer na vida real, então, seria preciso uma série de condições específicas: haver um grande cardume, a vítima estar sangrando e agitada,  "Se houver um grande cardume, se a vítima estiver sangrando e se estiver agitada, até pode acontecer. Mas é um cenário muito específico", comenta.

Haddad diz, ainda, que não há nenhum caso conhecido na literatura médica de morte por ataque de piranhas. 

Piranhas não são tão nocivas quanto parece
Piranhas não são tão nocivas quanto parece
Foto: Arquivo pessoal/Vidal Haddad Junior

Ataques são defesa

Além disso, um artigo publicado pela revista científica da Fapesp aponta que a maioria dos ataques registrados a humanos é feito como mecanismo de defesa, e não de alimentação. O artigo é produzido por Haddad com Ivan Sazima, especialista no comportamento de peixes que, desde a década de 1980.

Junto com Mareio Roberto Costa Martins, também autor do artigo, as piranhas como parte de um projeto temático coordenado pelo o Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

Conforme o estudo, os ferimentos causados pelas piranhas são menos graves que os provocados pelo ferrão de peixes como a arraia, por exemplo. O ataque, geralmente, consiste em poucas mordidas, com o objetivo de afastar o invasor da área onde os ovos da piranha foram depositados.

Então, na vida real, Levi poderia até ser ferido caso tivesse se deparado com o cardume enquanto estivesse sangrando, mas dificilmente seria devorado até a morte.

Fonte: Redação Terra
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