Luana Piovani é admirável por enfrentar ditadores da Globo
Atriz não faz tanta novela por se recusar a “obedecer” poderosos da emissora.
Não é exagero afirmar que a TV não é feita de pessoas, e sim de egos – grandes, gigantes, insuportáveis.
Nos corredores de qualquer emissora desfilam a jactância, o narcisismo e o prazer sádico em desprezar subordinados.
Em entrevista à ‘Veja’, Luana Piovani comentou a respeito do que acontece na maior – e mais cobiçada – emissora do País.
“Existe na Globo o que chamo de síndrome do pequeno poder. É gente que se comporta como o porteiro da boate: o que você consome é muito mais do que o salário dele, mas é ele que deixa ou não você entrar.”
A recusa da atriz em baixar a cabeça a diretores e produtores com comportamento ditatorial contribuiu para a fama de rebelde, mal educada e “desagregadora”.
“Desagregar, na verdade, significa desobedecer”, explicou à revista.
Luana tem consciência de seu valor artístico e midiático, e exige uma relação horizontalizada com a emissora.
Estabeleceu uma independência rara no meio, e um respeito (ok, alguns mais a temem do que a respeitam) que impede abusos emocionais já sofridos pela maioria das estrelas da teledramaturgia.
A atriz, 40 anos, não é do tipo que faz qualquer coisa para ganhar um papel de destaque, como bajular autores e fabricar notinhas para ser lembrada pelos produtores de elenco. Ela não precisa da TV e da imprensa para ser quem é.
Sim, Luana Piovani também faz parte do time que possui um ego quilométrico.
Contudo, sua autonomia de carreira e o combate à máquina demolidora da televisão se mostram mais valiosos que eventuais tiques de estrelismo.
Escalada pelo novelista Aguinaldo Silva, de quem fez ‘Suave Veneno’ (1998), ela estará em ‘O Sétimo Guardião’, trama que sucederá ‘A Força do Querer’. Será a primeira novela de Luana desde o remake de ‘Guerra dos Sexos’, em 2012.
Por que esse hiato entre dois trabalhos de longa duração? A própria artista respondeu à ‘Veja’: “A televisão me quer, eu a quero, mas a gente não se quer muito”.