Luciano Huck muda tom do 'Domingão' e exalta Faustão
Apresentador fez discurso sobre pandemia e sociedade brasileira em primeiro programa no novo horário na Globo
Luciano Huck fez sua estreia à frente do Domingão, programa que foi comandado por Faustão na Globo durante 32 anos, neste domingo, 5. O programa acabou começando mais tarde, às 18h40 em vez das 18h05, horário previsto inicialmente, por conta da suspensão do jogo de futebol entre as seleções de Brasil e Argentina.
Além de brincar com a situação, Huck falou sobre o atual momento do Brasil e fez elogios ao antigo comandante da atração.
"Falar em Domingão, não dá para não pensar em Fausto Silva. Por 32 anos ocupou esse horário. De quem sou muito fã, de quem sou muito amigo. O Faustão deu uma enorme contribuição ao domingo do brasileiro, das brasileiras, cativando pessoas de uma forma inteligente, com muito bom humor, sendo bastante generoso com os artistas como um todo. Queria deixar aqui registrado o meu abraço, meu caminho, minha admiração e desejo de muita saúde, antes de tudo, meus votos de muito sucesso no seu novo ciclo. Sou especialmente grato ao Faustão", homenageou o apresentador no programa inaugural.
Logo nos primeiros momentos, ressaltou a presença de plateia e a mudança de última hora na grade de programação da Globo, por conta da suspensão do jogo da seleção: "Como é bom tê-los de volta no estúdio, muito obrigado. E a você em casa... Rapaz... É com emoção, né? Eu achei que ia ver um jogaço de bola, Brasil e Argentina, duelo de gigantes, quase que entrei no palco de cueca, hoje, achei que ia ter que entrar antes. Queria agradecer ao Galvão, que mensagem carinhosa (ao fim da transmissão, o locutor desejou boa sorte a Luciano), generosa, muito obrigado, meu querido amigo, mesmo. Bom, o duelo de gigantes não foi Brasil e Argentina, foi um monte de robô saindo do mar, brigando, mas estamos aí, deu tudo certo! Senhoras e senhores, o Domingão com Huck, com você e com todo mundo está no ar!".
Na sequência, foi exibido um vídeo em que Luciano Huck aparece andando em uma estrada próxima à cidade de Pocinhos, na Paraíba. O apresentador, estreante aos domingos, foi "pedir a bênção" de Seu Domingos, um porteiro aposentado nascido em um domingo, devoto de São Domingo e que carrega o dia da semana no nome. Uma breve retrospectiva com momentos do Caldeirão foi exibida, antes que fosse exibido um discurso de Huck sobre a sociedade brasileira e a pandemia de covid-19.
"O que nos trouxe até o domingo foi a estrada de 21 anos do Caldeirão aos sábados. Uma estrada que me ensinou que a maior potência da TV aberta está em poder emocionar, divertir e, principalmente, inspirar as pessoas. Eu entendi que o meu papel nesse espaço é através de histórias inspiradoras, bons exemplos, do exercício do diálogo e da empatia, ajudar a construir um futuro mais humano, justo e esperançoso. E disso, a gente está precisando mais do que nunca."
"Não tem sido fácil ser brasileiro ultimamente. Muitos de nós perdemos amigos, familiares e amores para a covid-19. Muitos estão sem emprego, e outros tantos não têm nem o que comer. A gente se olha no espelho como nação e não vê imagem bonita. Quase que não se reconhece mais, mas o Brasil é um País extraordinário, com um povo batalhador, generoso e solidário. E com uma enorme capacidade de recomeçar, de mudar o destino".
"Depois de um ano e meio de pandemia em que o mundo virou de ponta cabeça, é justamente isso que a gente quer fazer. Iluminar novos caminhos e contribuir para transformar a vida das pessoas. Isso, sem deixar de levar entretenimento e diversão para você que nos assiste. Eu não tenho dúvida que a chave para isso está no que a gente tem de melhor, a nossa gente. Os brasileiros dos quatro cantos do País. Vocês vão continuar sendo os protagonistas desse novo programa. E é assim que a gente espera começar um ciclo que valorize o que nos une como brasileiros. Um ciclo de resgate da nossa autoestima. Da retomada dos sonhos interrompidos e da reconexão com esperança. Esse é o nosso compromisso."
No último mês de junho, Luciano Huck afirmou que não será candidato a presidente nas eleições de 2022. "Eu nunca me lancei oficialmente como candidato a nada, para deixar claro, então não estou retirando uma candidatura. [...] Tenho certeza de que posso contribuir muito para o País estando nos domingos da Globo e fazendo um programa que se conecte com as pessoas, que ouça as pessoas, que traga a esperança de volta e resgate nossa autoestima", afirmou, em entrevista ao Conversa com Bial.
O apresentador salientou ao Estadão, à época: "Não vou me distanciar do debate e da discussão política. Estou nela e vou ficar. A beleza da democracia é poder escolher entre projetos para o País e é onde vou atuar. Vou continuar contribuindo até onde minha voz alcançar, juntando pessoas e buscando soluções".
'Caldeirão' ficou com Marcos Mion
Durante seu último Caldeirão, que apresentou, o apresentador fez uma reflexão no ar, apontando que a vida é feita de ciclos: "E esse, que se abriu em 8 de abril de 2000 e se encerra agora, dia 28 de agosto de 2021, foi um ciclo maravilhoso. A gente coloca um ponto final com a sensação de missão cumprida e de muita felicidade".
Segundo Huck, foram 1.099 sábados dele à frente do Caldeirão. "Eu me transformei durante este tempo. Não estou triste, estou com a sensação bacana de missão cumprida, de ter construído uma marca que as pessoas respeitam, um espaço na TV que a gente tem crédito, que a gente leva a vida inteira para construir, minutos para perder", continuou.
No último sábado, 4, Marcos Mion fez sua estreia à frente do Caldeirão, programa comandado por Huck durante mais de 20 anos. "Eu preciso, obviamente, pedir licença aqui ao meu amigo de mais de 20 anos, um cara que me apoiou desde o começo da minha carreira, e que eu admiro demais. Luciano, é uma honra ter a sua bênção e levar adiante seu legado! Espero fazer um trabalho à altura, meu irmão!", comentou Mion durante a estreia.