Maiores apoiadores de Bolsonaro na TV vivem crise no Ibope
Grande engajamento em prol do presidente nas redes sociais não se repete nos programas de apresentadores bolsonaristas
Por que a significativa audiência do bolsonarismo nas redes sociais não se reflete nos índices de atrações comandadas por entusiastas do presidente na TV?
Essa pergunta sem resposta óbvia se torna mais relevante com a atual crise de público enfrentada por apresentadores com discurso conservador alinhados ao ex-capitão.
No SBT, Ratinho vive um momento dramático. Na quarta-feira (22), seu programa marcou 3.5 pontos de média, um dos índices mais baixos do dia na emissora de Silvio Santos.
Exatamente 1 ano atrás, marcava 6.4 pontos. Ao retroceder um pouco mais na linha do tempo, constata-se que frequentemente registrava médias de 10 pontos e garantia a vice-liderança no ranking, atrás apenas da Globo.
Na RedeTV!, Sikêra Jr. foi considerado um fenômeno em seus primeiros meses no ar. Conquistava 3 pontos de média, número excelente para a emissora.
Atualmente, o ‘Alerta Nacional’ oscila entre 1 e 1.5 ponto. Ainda é um desempenho melhor do que o da maioria das produções do canal, porém, representa queda considerável em pouco mais de 1 ano.
No mesmo canal, os programas de Luís Ernesto Lacombe – ‘Opinião no Ar’ e ‘Agora com Lacombe’ – raramente marcam mais do que 0.5 na aferição do Ibope.
Mesmo entrevistando ícones da direita e com pautas em defesa do pensamento conservador, as duas atrações não têm resultado compatível com o tamanho da mobilização bolsonarista na internet.
Ainda que não faturem audiência com o apoio a Bolsonaro, o trio de apresentadores se mantém fiel ao presidente. Ratinho, Sikêra e Lacombe sinalizam a intenção de continuar a pagar o preço por seu posicionamento ideológico.
Não demonstram preocupação com as críticas nas redes sociais nem se abalam com o desprezo de boa parte da imprensa. Parecem ainda animados com o bolsonarismo mesmo diante da baixa popularidade do presidente, apontada por institutos de pesquisas.
Os três já receberam cachês para promover pautas do governo na TV (prática comum, feita também em administrações anteriores), mas afirmam defender Jair Bolsonaro por convicção, sem interesse financeiro.